Mercado de luxo se profissionalizou e paga salário de até R$ 60 mil

As empresas querem pessoas que entendam sobre a marca. A ideia é que o cliente tenha o mesmo tratamento se fosse comprar o produto/serviço no exterior

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – O mercado de luxo está em expansão no Brasil. Um estudo divulgado pelo BCG (Boston Consulting Group) revelou que o setor deve crescer 12% nos próximos dois anos. A expansão do setor reflete no mercado de trabalho.

O especialista em luxo e autor do livro “O Mercado de Luxo no Brasil: Tendências e Oportunidades”, Claudio Diniz, explica que o mercado de trabalho se profissionalizou nos últimos anos, com isso as empresas estão muito mais exigentes no processo seletivo.

Diniz afirma que antes, era comum que as vendedoras fossem da classe A, sendo filhas de empresários ou políticos. O problema, segundo ele, é que as marcas ficavam em uma saia justa ao demitir estes profissionais. “Foi o que aconteceu na Daslu. Como quem trabalhava na loja, frequentava o mesmo mundo das clientes, não existia um limite.” 

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Hoje, o cenário é diferente, as empresas buscam profissionais que entendam sobre o setor, mas que não são, necessariamente, consumidores deste segmento. “Entender do mercado do luxo, não quer dizer que você tem de ser um consumidor do luxo.”

Onde estão as vagas
As empresas querem pessoas que entendam sobre a marca. A ideia é que o cliente tenha o mesmo tratamento se fosse comprar o produto/serviço no exterior. Para isso, muitas empresas oferecem treinamento na Europa e EUA. Foi o que aconteceu em algumas lojas do recém-inaugurado shopping JK Iguatemi, em São Paulo, como a joalheria Van Cleef & Arpels.

A porta de entrada deste mercado está na área de vendas. Para os vendedores, o salário varia de R$ 7 mil a R$ 10 mil. Um subgerente ganha R$ 14 mil, gerente entre R$ 16 mil e 18 mil e diretor de R$ 40 mil a R$ 60 mil.

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O salário alto foi o que chamou atenção da gerente de e-commerce da Lolitta, Nathalia Fernandes. Formada em Moda, ela enxergou no mercado uma possibilidade de ganhar mais do que se trabalhasse em empresas de outros setores. “O salário é mais atraente”.

Mas para ganhar bons salários, os profissionais têm de passar por processos seletivos exigentes. Nathalia diz que já participou de processos seletivos que duraram seis meses. “Eles querem saber tudo sobre a sua vida.”

Além disso, os profissionais depois de aprovados são monitorados por olheiros. “Soube de uma pessoa que foi demitida porque não atendeu bem um cliente. O problema é que a cliente era uma pessoa enviada pela marca.”

Perfil
O atendimento é um pontos priorizados por estas marcas, por isso, quem sabe atender bem se destaque frente ao demais. De acordo com a diretora da Human Trace, Mayra Rocha, as empresas procuram profissionais que saibam tratar o cliente com “gentileza” e tenham “elegância ao falar”, ou seja, português corretamente, tom moderado de voz e que não usem gírias.

Não é necessário ter nível Superior, mas ter alguma vivência no exterior conta pontos durante o processo, já que muitas marcas são estrangeiras. “Entender a cultura é importante.” Diniz acrescenta ainda que é fundamental ter conhecimento na língua inglesa. “Também é indicado que o profissional fale espanhol ou francês. ”