Mentirinhas quase inocentes têm perna curta no ambiente corporativo

"Não dá para ter alguém que não inspira confiança na equipe", ressalta especialista em Recursos Humanos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Quem nunca teve – ou conhece alguém que teve – o desprazer de trabalhar com aquela pessoa que frequentemente soltava uma mentirinha, daquelas sorrateiras, pequeninas, que poderiam até passar despercebidas… Se não envolvessem o ambiente corporativo.

Quando o assunto é trabalho, mentirinhas aparentemente inofensivas podem assumir proporções assustadoras, prejudicando líder, equipe e até empresa. A gerente de Recursos Humanos da V2 Consulting, Andréa Kuzuyama, explica que os profissionais que mentem o fazem por três motivos: para se defender de críticas, porque são inseguros ou porque não dominam um determinado assunto.

Nesse último caso, Andréa explica que o profissional fica enrolando, sem saber o que falar. “Falta maturidade para admitir que não conhece muito sobre o tema”.

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Quando a mentira se torna grave

Segundo Andréa, algumas mentiras prejudicam apenas o mentiroso, porque não dizem respeito a ninguém. Há quem minta sobre a vida pessoal, por exemplo, se gabando da casa na praia, que na realidade não tem, ou dos lugares caros, que na verdade nunca conheceu.

O problema é quando a mentira passa a envolver terceiros. “Algumas pessoas, para se defender de críticas, culpam seus pares. Isso é antiético”, diz a especialista.

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A reação da equipe

Cedo ou tarde, a máscara cai. E, quando isso acontece, segundo Andréa, os colegas de trabalho acabam excluindo o mentiroso do grupo. Quem mente, por menores que sejam as mentiras, fica com descrédito junto à equipe. “Ao ponto de, quando falar a verdade, ninguém acreditar”, diz Andréa.

O pior é que, segundo a especialista, “às vezes por causa de uma única pessoa, toda a equipe perde credibilidade, ou até mesmo a empresa”. Ela explica que, se o profissional que tem o costume de mentir lida diretamente com o público externo, a exemplo dos clientes, parceiros e colaboradores, a imagem da empresa pode ficar comprometida. “O cliente não fala do fulano que mentiu e rapidamente associa a falha à empresa”, exemplifica.

Quando as mentirinhas envolvem terceiros – caso daquelas em que o mentiroso joga a culpa em um colega, para se defender de críticas -, podem causar a ruína da equipe. “Mentiras podem causar muito conflito dentro do grupo”, afirma.

Para agravar a questão, segundo Andréa, não é raro os líderes não perceberem que há um mentiroso na equipe. “As mentirinhas se dão em gotas, mas quando o gestor percebe, estas já formaram um oceano. Por isso, líderes devem ter a percepção aguçada. É fundamental que, ao se depararem com mentiras no ambiente corporativo, eles busquem fatos e dados e tomem providências. Não dá para ter alguém que não inspira confiança na equipe”, aconselha.