MBA: será que é a hora de começar o seu? Veja o que analisar

Especialistas explicam que o MBA é melhor aproveitado por profissionais com experiência profissional de 5 a 10 anos

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – Com um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e exigente, os profissionais já entenderam que precisam ir muito além da graduação, buscando constantemente atualização, aperfeiçoamento e especialização. O problema é que muitos esquecem que tudo tem seu tempo, e, no caso do MBA (Master Business Administration), há uma série de fatores a analisar antes de se inscrever.

Antes de mais nada, é preciso entender qual o objetivo de um MBA. O coordenador dos programas de MBAs da Veris Faculdades, Daniel Galelli, explica que, além de todo o conteúdo teórico, esse tipo de curso tem um foco muito grande em troca de experiências, ou seja, o interessado, além de entrar em contato com profissionais experientes, vai ter de expor os seus conhecimentos.

Esse será o primeiro fator que deverá ser levado em consideração. Galelli afirma que ter entre 5 e 10 anos de experiência profissional já é um bom indicativo de que é o momento certo para iniciar um MBA. O diretor-geral de pós-graduação da ESPM-SP (Escola Superior de Propaganda e Marketing), Licinio Motta, concorda, indicando que a faixa etária média dos profissionais que cursam MBAs é de 32 anos.

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“É muito grande a procura de jovens recém-formados por MBAs, mas não é indicado nesse momento”, explica Motta. Ambos os especialistas explicam que o tempo de experiência de mercado é importante, porque só com essa bagagem o profissional poderá de fato aproveitar o curso. Vale lembrar que os melhores MBAs têm custo alto, então, é mais interessante cursar no momento profissional em que você poderá aproveitar o máximo possível.

Preparando líderes
Mas não são só os anos de profissão que devem ser considerados na hora de decidir cursar um MBA. Galelli explica que esse tipo de curso também é muito focado em preparação de líderes. Assim, profissionais que estão prestes a assumir uma posição estratégica ou vislumbram esse tipo de cargo em um futuro próximo terão bons retornos ao iniciar o curso.

Os elementos-chave para buscar um MBA, portanto, são os anos de experiência e a possibilidade de um cargo de liderança. Embora uma experiência superior a 5 anos seja fundamental, cada vez mais os jovens vêm assumindo papel de liderança nas empresas, com uma carreira relativamente curta. O que fazer nesse caso?

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Para Motta, da ESPM, o mais indicado é escolher um curso de pós-graduação focado na sua área ou cursos de especialização e extensão, mas não o MBA. Ele entende que o estudante vai acabar se frustrando com o curso, já que não está suficientemente preparado para absorver aquilo que será discutido em sala de aula. Será melhor esperar ter um pouco mais de bagagem.

Para o coordenador do MBA empresarial da FAAP, Mario Pascarelli, essa experiência profissional ainda deve ser aliada à maturidade. Por mais que o interessado tenha acabado de conquistar uma posição de liderança, é preciso avaliar até que ponto está maduro para aproveitar esse tipo de curso.

O próprio processo seletivo das instituições que oferecem MBAs leva em consideração a maturidade do interessado. Na prática, dependendo da maturidade apresentada pelo profissional, ele será aceito ou não, sem que o tempo de experiência seja necessariamente um elemento desclassificatório.

Dedicação
Para complementar a lista de fatores que devem ser considerados antes de começar o MBA, Galelli cita a dedicação. Esse tipo de curso tem bastante conteúdo, cobra muita leitura e as boas escolas são muito exigentes. Logo, é interessante ponderar se você terá tempo suficiente para se dedicar.

“Se você acabou de assumir uma posição de liderança, você vai precisar se dedicar nesse novo cargo”, analisa Galelli. Na prática, é melhor esperar até ter se adaptado à nova posição e depois buscar o MBA. Para Galelli, muitos profissionais que acabaram de receber uma promoção, na ânsia de começar um curso, acabam errando, ao iniciar um MBA.

Muitas vezes a nova posição cobra muito do profissional, tanto em horas de trabalho, como ao exigir muitas viagens. Talvez esse não seja o melhor momento.

Vale também levar em conta suas finanças. Ou seja, se a empresa não estiver disposta a ajudá-lo no pagamento do curso e você não tiver recursos suficientes, espere estar com uma situação financeira mais coerente.

Por fim, os professores explicam que os cursos de MBAs não são apenas para aqueles profissionais que querem ou acabaram de assumir uma posição de liderança. Eles servem para criar relacionamento, ou seja, aumentar seu networking. “É um curso interessante para quem está estagnado na empresa e não vê tanta perspectiva. Lá ele poderá se expor, mostrar seu currículo e conquistar uma recolocação profissional”, finaliza Galelli.