Maioria entre bolsistas, mulher perde para homens em altos cargos de ciência

As mulheres detêm mais da metade das bolsas de estudo para mestrado, doutorado e pós-doutorado no Brasil

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SÃO PAULO – As mulheres detêm mais da metade das bolsas de estudo para mestrado, doutorado e pós-doutorado no Brasil, porém, quando o assunto são os altos cargos de ciência e tecnologia, os homens levam ampla vantagem, revelou a professora emérita da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Alice Abreu.

De acordo com Alice, mesmo com a premiação de quatro brasileiras pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), os homens dominam os principais cargos de chefia no setor.

“Temos pessoal qualificado. É algo a se analisar. São processos que a gente tem de entender”, afirmou a pesquisadora durante a 62ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

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Comportamento
Segundo informações da Agência Brasil, as brasileiras têm predileção pelas áreas de ciências biológicas e sociais. A professora sustenta que, nesses segmentos, o sexo feminino representa mais de 50%. O contrário acontece em ciências exatas e na engenharia, em que a participação não chega nem a 40%.

“Certamente, isso se dá na infância [escolha da área científica]. É um tipo de curiosidade individual. É necessário cumprir o estereótipo nessa época. A menina só pode brincar de boneca e o menino brincar de carrinho e desmontar o brinquedo”, observa a especialista.

Vida
Outro agravante constatado mundialmente, diz a professora, é de que as mulheres enfrentam dificuldades em conciliar o crescimento na carreira com a maternidade e o casamento.

É por essa razão que, no período da iniciação científica, o número de pesquisadoras do sexo feminino é alto e, conforme as pesquisas passam a exigir dedicação e alta qualificação, ocorre uma redução nesse grupo. Segundo a professora, “a maioria das grandes cientistas do mundo é solteira ou casada com outros pesquisadores”.