Lula anuncia salário mínimo de R$ 240 a partir de maio

Governo já havia dado sinais de que o mínimo deveria ficar neste patamar, na época foi anunciado corte de R$ 14,1 bilhões no Orçamento

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Confirmando as expectativas desde meados de fevereiro, quando anunciou cortes no Orçamento da União de 2003 de cerca R$ 14,1 bilhões, o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou que a partir desta terça-feira, dia 1º de abril, o salário mínimo passa a valer R$ 240.

Com isto, o presidente acabou anunciando um salário mínimo em linha com o que era previsto no Orçamento da União de agosto do ano passado, antes da disparada da inflação. O novo piso implica em um reajuste de 20% sobre o salário anterior, que era de R$ 200. O novo salário começará a ser pago somente a partir de 1º de maio.

Reajuste dos servidores é aguardado nesta semana

Também é aguardado para esta semana o anúncio do reajuste dos salários dos servidores públicos da União. De acordo com simulações do ministério do Planejamento, o reajuste deve ficar entre 2,35% (linear e para todos) a 4% (para quem não teve reajuste em 2002).

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Os técnicos do ministério do Planejamento informaram que a intenção do governo é aplicar um reajuste linear para todas as categorias, visto que algumas categorias ficaram sem aumento devido às correções salariais recebidas em 2002. Enquanto o governo tenta oferecer um reajuste linear acima de 2,35%, os servidores reivindicam um aumento de mais de 40%.

Mudança de discurso

Durante as negociações do Orçamento de 2002, a base governista defendia um aumento de 11,11% para o salário mínimo, acima inclusive da inflação, medida pelo IGP-M, que em 2001 ficou entre 10,38%.

Em contrapartida, a oposição, da qual o PT fazia parte, defendia um aumento muito mais elevado, de 22%, o que elevaria o salário mínimo para R$ 220, alegando que esta seria a única forma de garantir ganhos reais para o trabalhador.

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Na época, o governo FHC alegava que aumentos acima de R$ 200 eram impossíveis, pois comprometeriam a meta de superávit primário acordada com o FMI. Este, aliás, foi o argumento usado pelo atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que também elevou esta meta para 4,25% do PIB. Sem dúvida o ditado popular de que quando o assunto toca no bolso, as pessoas mudam de opinião, parece o mais apropriado para a situação.