Loyola: Brasil deve crescer 6,5%, mas ainda esquece reformas, como a tributária

"Estamos atrasados em termos de reformas, além de contarmos com sistema tributário ineficiente", diz ex-presidente do BC

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O Brasil está mais preparado para crescer, mas ainda peca ao deixar para trás reformas importantes, inclusive no sistema tributário. A avaliação é do sócio da Tendências Consultoria e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola.

“Hoje, o Brasil tem capacidade de crescer mais do que na década passada e estamos indiscutivelmente mais preparados para enfrentar turbulências externas. Contudo, ainda estamos muito atrasados em termos de reformas, além de contarmos com um sistema tributário ineficiente e uma reinserção do Estado nas questões empresariais”, afirmou.

Loyola falou durante o seminário Perspectivas da Economia, promovido pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) na segunda-feira (24).

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Crescimento para o Brasil
De acordo com o ex-presidente do BC, a economia brasileira deve crescer 6,5% neste ano, baseada em um aumento de 5,6% da massa salarial, de 11% da produção industrial, de 9,7% das vendas do varejo, de 11% do crédito à pessoa física e de 8% no destinado à pessoa jurídica. “A inflação ficará acima da meta de 4,5%, porém ainda dentro da banda de tolerância”, explicou Loyola.

Nem mesmo a crise europeia, que abrange países que respondem por 30% do PIB (Produto Interno Bruto) da União Europeia, deve afetar esse cenário positivo para o Brasil. Para Loyola, mais uma vez serão os países emergentes que sustentarão o cenário de crise, mantendo ritmo forte de crescimento.

“O Brasil está mais resistente a crises: contamos com um sistema financeiro mais sólido, menos exposto às ondas de turbulência da economia mundial”. Ele completou: “O câmbio flutuante absorve os choques externos, enquanto o Banco Central autônomo mantém as metas de inflação e, por fim, o regime fiscal robusto ajuda a gerar superavit primário”.