Líderes estratégicos assumem mais riscos, mas têm melhores benefícios

Líderes mais estratégicos definem os passos a serem seguidos pelos líderes operacionais, que são os grandes executores

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Capacidade de lidar com pessoas e tomar decisões na mesma velocidade do mercado. As características básicas de um líder são essas. Mas, em se tratando de liderança, as diferenças entre gestores que lideram equipes mais operacionais e aquelas mais estratégicas são grandes. E vão além do perfil básico exigido pelo mercado.

“A principal diferença está no perfil de risco”, explica a gerente-geral da Right Management, Elaine Saad. “O executivo que lidera uma área estratégica toma decisões com base no risco que a empresa quer correr. Um líder convencional é mais operacional”, explica. “Os estratégicos têm a inteligência do negócio, são mais empreendedores”, completa o headhunter e presidente da Junto Brasil, Ricardo Nogueira.

Líderes mais estratégicos definem os passos a serem seguidos pelos líderes operacionais. Eles centralizam a tomada de decisão e, por isso, assumem mais riscos. “Nesse cargo ou você ganha ou você perde. Não tem meio termo. Mas quem está nesse meio está acostumado com isso”, afirma Nogueira.

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O grau de risco
Assumir mais riscos, de fato, faz parte da rotina de um líder estratégico. Em suas mãos está o sucesso de uma marca, um produto ou um setor. “As empresas precisam de alguém que tome a decisão final. Alguém precisa se responsabilizar”, diz Elaine. “Quanto mais próximo você está do topo, maior o impacto das suas decisões. Mas isso é intrínseco ao cargo. Alguns profissionais encaram isso como um risco muito alto, outros não”, diz Elaine.

No fim, os operacionais são os grandes executores, ao passo que os mais estratégicos definem o que deve ser feito com base na experiência que têm. “Os estratégicos equilibram o racional com o feeling do negócio, enquanto que os operacionais recebem a direção do que devem executar e são acompanhados”, reforça o headhunter.

Vantagens e desvantagens
Observando as características dos líderes estratégicos e dos operacionais, a impressão que fica é que existem mais desvantagens que vantagens nessa conta, uma vez que, se o resultado do trabalho do executor der errado, a responsabilidade, em grande parte, é de quem traçou a estratégia.

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Contudo, o tamanho da responsabilidade é proporcional aos benefícios. E pontos positivos não faltam a quem ocupa um cargo estratégico. “As vantagens começam no bolso”, afirma Nogueira. A proximidade com o topo do poder também pode ser um diferencial para esse executivo. “Esses líderes têm uma exposição externa e interna maior, por isso recebem uma remuneração mais agressiva”, completa Elaine.

Essa exposição maior, contudo, pode agregar um fator negativo, de mais risco: se os resultados forem bons, o executivo pode ganhar os louros diante do mercado. Caso contrário, a derrota não ficará anônima.

Para conquistar resultados positivos, esses líderes se submetem a uma carga horária exaustiva de trabalho. “Eles trabalham de 13 a 14 horas por dia, pensam no negócio o dia todo, mas eles estão acostumados com isso”, diz Nogueira.

Elaine, da Right Management, considera todos esses fatores intrínsecos ao cargo. “Um estagiário você contrata pelo potencial, um executivo desse nível você contrata pelo histórico. E espera-se que essa experiência esteja aliada à atitude, à ética e aos valores que resultem em uma tomada de decisão mais acertada”, diz.

“São as dificuldades e os erros que nos ajudam a nos manter no topo”, considera Nogueira. “Esse líder é provocado o tempo todo e nunca fica em uma zona de conforto. São pessoas que, de fato, nasceram para o negócio”, diz Nogueira.