Líder: já que não dá para ser de gelo, veja como evitar colapso emocional

Gestor que não lida bem com emoções envenena a equipe, fica com reputação de descontrolado e perde talentos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Não há dúvidas de que é impossível ser uma pessoa de gelo o tempo todo. Às vezes, as pessoas estouram. Mas, por mais difícil que seja, quando se é líder, é importante tentar.

De acordo com o especialista em Gestão de Projetos, Anthony Mersino, em um ambiente de equipe, as emoções negativas podem ser prejudiciais, especialmente quando vêm do líder. No livro “Inteligência emocional para gerenciamento de projetos” (Ed. M.Books), ele explica que projetos costumam ser estressantes dada as limitações impostas a eles, como prazos e orçamentos irreais.

Como consequência, muitos gerentes confundem o sucesso ou fracasso do projeto com o sucesso ou fracasso pessoais. Mas eles precisam aprender a administrar o próprio estresse, porque as emoções negativas podem envenenar o ambiente de trabalho. “Raiva, desapontamento, ira, tristeza e medo precisam ser monitorados e administrados para que não tenham impacto sobre o restante da equipe”, explica Mersino.

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A pressão pode trazer à tona o melhor ou o pior de nós. Se o líder não administrar suas emoções, coisas muito ruins podem acontecer. Além de envenenar a equipe e ficar com reputação de descontrolado, profissionais talentosos podem não querer mais fazer parte daquela equipe. Cria-se ainda a tendência de atrair pessoas que se sentem confortáveis em ambientes negativos. São profissionais pouco confiáveis, que podem sabotar os projetos da empresa.

Autocontrole é fundamental

O colapso emocional é involuntário. No livro “Inteligência Emocional”, Daniel Goleman usa o termo “sequestro emocional” ao se referir aos colapsos. Mas conhecendo como os colapsos se dão no dia-a-dia do trabalho, fica mais fácil evitá-los. Veja alguns exemplos de situações descritas no livro de Mersino:

  1. Discursos raivosos: seja no trabalho, em público ou em particular, todos nós já vimos alguém explodir de raiva. Talvez até evitemos pessoas com probabilidade de explodir por medo de elas explodirem conosco;
  2. Bater portas: você nunca viu uma pessoa que, sem ser capaz de aturar mais nada, sai da sala e bate a porta atrás de si?;
  3. Carta-bomba por e-mail: ferramentas modernas tornaram o envio de e-mails agressivos mais fácil do que nunca. A maioria de nós provavelmente já enviou alguma mensagem que gostaria de não ter enviado;
  4. Guardando rancores e acertando contas: guardar rancor muitas vezes é uma reação a decisões desfavoráveis que foram tomadas, críticas recebidas ou algum tipo de desconsideração percebida. Esse tipo de colapso normalmente resulta em uma jura secreta de acertar as contas. Esse colapso é especialmente prejudicial porque pode ser secreto e se estender por muito tempo;
  5. Críticas: a crítica injustificada muitas vezes vem de indivíduos que estão se sentindo inseguros, ameaçados ou emocionalmente vulneráveis. A crítica costuma ser uma reação à mágoa que sentimos;
  6. Sarcasmo e humor inadequado: o sarcasmo é um sinal de alerta para colapsos emocionais. Ele vem à tona quando as pessoas não querem lidar diretamente com a verdade;
  7. Fazendo papel de vítima: quando alguém faz papel de vítima age como se não tivesse força e não fosse responsável por suas ações. Esse tipo de gestor culpa alguém (ou talvez o mundo todo) por sua situação ou por suas ações. Mas isso tira a força do indivíduo perante a equipe, sendo inaceitável.

Mersino explica que, para evitar o colapso emocional, é importante analisar o motivo da vulnerabilidade, “cortar o cordão”, isto é, não se sensibilizar com o que outras pessoas dizem ou fazem, e não levar os acontecimentos para o lado pessoal. “Não personalize ou tente controlar como as outras pessoas se sentem. Elas são responsáveis pelos próprios sentimentos, assim como você é responsável pelos seus”, explica.