Jovens são um quarto dos ocupados, mas desemprego ainda atinge 1,5 milhão

Trabalhadores com idade entre 16 e 24 anos somam 4,6 milhões. Mais de 45% dos desempregados, porém, estão nessa faixa etária

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os jovens entre 16 e 24 anos corresponderam a um quarto dos trabalhadores brasileiros em 2005. O dado, divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nesta quarta-feira (13), mostra que a parcela desses ocupados correspondeu a 4,6 milhões de pessoas no Distrito Federal e em cinco regiões metropolitanas (Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo).

Mas essa faixa etária não apresenta apenas dados positivos no mercado de trabalho. Conforme a pesquisa, quando se consideram os desempregados, a proporção é bem maior: entre os 3,2 milhões de desempregados acima de 16 anos nas regiões metropolitanas analisadas, 1,5 milhão de pessoas tinham até 24 anos, o que significava 45,5% do total geral de desempregados.

Estudo

Segundo o Dieese, a maioria dos jovens trabalhadores não conseguiu seguir com os estudos. Os que mais apresentaram dificuldade de conciliar as duas atividades no ano passado foram aqueles de família de baixa renda.

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Em 2005, entre 69,4% (Salvador) e 78,9% (Distrito Federal) dos jovens ocupados que pertencem a famílias de menor poder aquisitivo apenas trabalhavam. Para aqueles com famílias de maior poder aquisitivo, a proporção caiu para 62,5% e 46,8%, respectivamente.

Escolaridade

Na análise geral, quase metade dos jovens trabalhadores possuía ensino médio completo no ano passado. A representatividade oscilou entre 37,1%, em Porto Alegre, para 47,9%, em São Paulo.

Os ocupados com ensino fundamental incompleto – incluindo os analfabetos – representam 16,7% no Distrito Federal, 17,1% em Porto Alegre, 27,8% em Recife e 21,9% em Salvador. Belo Horizonte (14,2%) e São Paulo (12,6%) apresentam os menores índices nessa comparação.

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Rendimento

O rendimento médio mensal dessa gama de ocupados, conforme o Dieese, apresentou grande oscilação no ano passado, tanto por conta da localidade quanto como pela situação socioeconômica.

Para se ter uma idéia, enquanto em Recife a média de salário foi de R$ 318, no Distrito Federal o valor médio pulou para R$ 573 – uma diferença de 80%. Em Salvador, o total foi de R$ 378; em Belo Horizonte, de R$ 426; em Porto Alegre, de R$ 523; e, em São Paulo, de R$ 560.

Já por situação socioeconômica, no Distrito Federal os mais abastados entre 16 e 24 anos chegaram a ganhar R$ 927 mensais, enquanto aqueles de família de baixa renda recebiam, no mesmo período, R$ 296. Em São Paulo essa diferença foi de R$ 281 para R$ 765.

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Homens e mulheres

Entre os jovens, também se produz a desigualdade de oportunidades no mercado de trabalho verificada entre as mulheres, com alguns agravantes regionais e por faixas etárias explicadas por fatores culturais, sociais e econômicos.

No ano passado, em todos os locais pesquisados, os homens possuíam mais da metade das vagas disponíveis entre os trabalhadores jovens. Segundo o Dieese, as maiores diferenças foram encontradas em Recife, com 41,1% de mulheres; e em Porto Alegre, com 42,9%. Já no Distrito Federal (47,7%) e em São Paulo (45,1%), o nível de ocupação entre os sexos foi o mais próximo.