Jovens estudam cada vez mais e retardam a entrada no mercado de trabalho

Segundo levantamento do Ipea, os brasileiros de 15 a 29 anos preferem permanecer na escola e concluir o ensino médio

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – Os jovens brasileiros estudam cada vez mais, têm maior taxa de escolaridade do que os adultos e retardam a entrada no mercado de trabalho, segundo pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

O estudo destacou que, em 10 anos, o jovem adolescente (15 a 17 anos) diminuiu a taxa de participação no mercado de trabalho, registrando 37% em 2008, contra 45% em 1998.

A queda ocorreu para ambos os sexos, mas o registro foi maior entre os homens, reduzindo a desigualdade do gênero no mercado de trabalho nesta fase da vida, pois estes geralmente sofrem maior pressão do que as mulheres para iniciar sua carreira.

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Jovens preferem estudar

O motivo apontado pelo Ipea para o jovem postergar o início da vida profissional é a maior permanência na escola e a preferência pela conclusão do ensino médio.

“Este período corresponde ao que vem sendo chamado de moratória social: um crédito de tempo que permite ao jovem protelar as exigências sociais típicas da vida adulta, especialmente relativas ao casamento e ao trabalho”, afirma o Ipea.

Em relação ao ensino superior, o acesso tem sido mais restrito, já que apenas 13,6% dos brasileiros entre 18 e 24 anos frequentam uma graduação.

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Por postergar a fase de estudo, o jovem brasileiro tem superado os adultos em escolaridade. Entre os jovens adultos (25 a 29 anos), a média de estudo chega a 9,2 anos, o que representa 3,2 anos a mais do que a população com mais de 40 anos. Enquanto entre as pessoas de 15 a 24 anos e de 18 a 24 anos, a média subiu, passando de 6,8 para 8,7 anos.

Mais empregos

De acordo com os dados, uma vez no mercado de trabalho, a pessoa a partir de 18 anos encontra cada vez mais empregos.

A taxa de desemprego caiu para ambos os sexos, situando-se em 19% para as mulheres entre 18 e 24 anos e 11% para os homens da mesma faixa etária, enquanto as jovens entre 25 e 29 anos registraram 12% de taxa de desemprego e os jovens, 5%.

Pesquisa

A pesquisa sobre Juventude e Desigualdade Racial foi divulgado nesta quinta-feira (3) pelo Ipea e baseado na PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) de 2008, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).