Introvertidos são mais engajados que extrovertidos, diz pesquisa

Mesmo que muitos gestores se atentam aos profissionais extrovertidos. Os tímidos estão ganhando cada vez mais espaço na empresa. Saiba por quê

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Uma das regras básicas para se dar bem em uma entrevista ou para conquistar a simpatia de seu chefe e colegas de trabalho é ser confiante e extrovertido, sem medo de enfrentar qualquer desafio.

Para os gestores, essas características são fundamentais para motivar a equipe e avançar nos projetos da empresa. Enquanto isso, aqueles introvertidos, monossilábicos e até “neuróticos” perdem perdem o foco de seus gestores. Na maioria das vezes, eles apenas esperam desses profissionais o básico: fazer seu trabalho e tentar ao máximo não baixar a moral dos colegas ao redor.

Mas, uma nova pesquisa publicada na Forbes promete desmistificar a baixa credibilidade e valor dos introvertidos. Realizado por uma professora da UCLA Anderson School of Management, Corinne Bendersky, o artigo mostra a inversão dos papéis convencionais corporativos, isso é, a ascensão dos introvertidos e a queda dos extrovertidos para os trabalhos em equipe, projetos de engajamento e liderança.

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De acordo com o estudo, os extrovertidos não contribuem ou ajudam pouco sua equipe, o que diminui as grandes expectativas dos seus colegas ao longo do tempo. Os introvertidos, ao contrário, são motivados a trabalhar duro em nome de sua equipe, o que acaba o valorizando aos olhos dos colegas pelo seu esforço e, em parte, porque eles também superam as expectativas de todos.

Isso acontece porque a eficiência dos extrovertidos é superada pelo carisma e simpatia, o que não ocorre com os introvertidos, que se esforçam ainda mais para serem valorizados.

O estudo
Para chegar a essas conclusões contra-intuitivas, a pesquisadora fez alguns experimentos. Em um deles, ela dividiu 229 alunos de MBA em grupos de estudo com cinco pessoas cada e examinou suas personalidades.

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Após as avaliações, eles tiveram que escolher qual membro da sua equipe teria o poder de influenciar outros grupos e a própria equipe. O estudante mais extrovertido foi escolhido em todos os grupos. Já os introvertidos, foram os piores classificados para o cargo.

O experimento durou 10 semanas e, após o período, Bendersky voltou a consultar cada equipe sobre o desempenho dos respectivos ‘líderes extrovertidos’. Todas as equipes afirmaram à pesquisadora que se decepcionaram com eles.

Mas, em relação aos introvertidos, eles disseram que superaram suas expectativas e contribuíram com mais generosidade com cada membro do grupo. “Os neuróticos são classificados como mais generosos e excedem as expectativas”, explica Bendersky.

Estereótipos vencidos. E agora?
Para Bendersky, nãos basta apenas provar que os introvertidos são mais generosos com suas equipes se os gestores não darem valor à característica e mais espaço aos profissionais.

“Os extrovertidos, provavelmente, vão contribuir menos na equipe e as poucas contribuições serão desvalorizadas com o tempo”, afirmou. “Pelo contrário, os tímidos são motivados pelo sentimento de inadequação e trabalham duro em nome do grupo. Enquanto isso, os colegam os apreciam por suas contribuições, pois excedem as expectativas”.

Para a pesquisadora, os líderes precisam ter cautela com os extrovertidos. “O que move a personalidade extrovertida é, muitas vezes, a busca por atenção. Acontece que eles continuam falando, mas não escutam muito bem e não são muito receptivos às críticas”.