Interesse do profissional estrangeiro em trabalhar no Brasil cresceu em 2010

O setor de óleo e gás, em especial a exploração do Pré-sal na costa brasileira, foi o principal responsável pelo aumento

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SÃO PAULO – O interesse do profissional estrangeiro em trabalhar no Brasil cresceu em 2010, de acordo com dados da CGig (Coordenação Geral de Imigração), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

Ao longo do ano passado, 56.006 profissionais estrangeiros foram autorizados a exercerem suas atividades no País. Deste total, 53.441 foram autorizados em caráter temporário, com estada no país de até dois anos. Em 2009, foram 42.914 autorizações de trabalho concedidas.

O setor de óleo e gás, em especial a exploração da camada pré-sal na costa brasileira, foi o principal responsável pelo aumento da vinda de estrangeiros, já que demandou equipamentos sofisticados, como os navios do tipo sonda, plataformas de perfuração, navios para aquisição de dados geofísicos, dentre outros.

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“Ao ingressarem no País, estes navios e plataformas estrangeiros, com tripulação estrangeira, acabam por incorporar profissionais brasileiros às suas tripulações ao longo do tempo de sua permanência nas águas brasileiras”, afirma o Coordenador Geral de Imigração do MTE, Paulo Sérgio de Almeida.

Segundo ele, o aumento do número das autorizações de emprego, desde 2006, está relacionado aos crescentes investimentos no Brasil, especialmente nos setores industrial, de óleo, de gás e de energia. 

Autorizações
A maior proporção de profissionais estrangeiros autorizados a trabalhar temporariamente no País pode ser verificada em operações a bordo de embarcações ou plataformas estrangeiras. Para estas áreas, foram dadas 15.206 autorizações.

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As contas do MTE relacionadas às autorizações temporárias concedidas englobam ainda 12.838 profissionais direcionados ao “trabalho marítimo estrangeiro empregado a bordo de embarcação de turismo estrangeiro que opere em águas brasileiras”.

Os dados também dão conta de 8.470 autorizações para estrangeiro na condição de artista ou desportista; 8.028 para assistência técnica por prazo de 90 dias; 4.232 para assistência técnica, cooperação técnica e transferência de tecnologia; e 3.521 para especialistas.

Quanto às autorizações permanentes, a maioria foi concedida para administradores, diretores, gerentes e executivos com poderes de gestão e concomitância, em um total de 1.218. Investidores pessoa física somaram 848 autorizações em 2010.

O ministério destaca ainda a expansão no número de navios de turismo estrangeiro: foram 4.484 autorizações a mais que em 2009, representando aumento de 54%.

Perfis
Os trabalhadores americanos foram os que mais solicitaram autorizações de trabalho: foram 7.550 em 2010, contra 5.590 no ano anterior. Filipinas está na sequência, com 6.531 em 2010, seguida pelo Reino Unido (3.809), pela Índia (3.237) e pela Alemanha (2.904).

Dentre os países do Mercosul, os argentinos são os que mais solicitam autorizações de trabalho no Brasil. Em 2010, foram 644 concessões para trabalhadores desta naturalidade. Venezuela (562), Chile (383), Bolívia (90), Uruguai (66) e Paraguai (28) completam a lista.

Por estado, foi em São Paulo onde houve a maior concentração de autorizações concedidas, passando de 18.285 em 2009 para 25.550 em 2010. O Rio de Janeiro é o segundo da lista, passando de 18.956 para 22.371 solicitações de visto de trabalho.

Os homens tiveram 50.653 autorizações concedidas. Em relação à escolaridade, 31.662 estrangeiros que conseguiram autorização tinham superior completo ou habilitação legal equivalente.

Resultados
De acordo com o MTE, a maioria das autorizações concedidas (mais de 90%) é temporária, por prazos que vão de alguns dias a no máximo dois anos.

“Além de transferir seus conhecimentos aos brasileiros, esses profissionais contribuem para a geração de mão de obra nacional nas novas indústrias e atividades econômicas que ajudam a implementar. Muitos desses profissionais estrangeiros também vêm ao Brasil para compor o quadro inicial de novas empresas estrangeiras recém-instaladas no Brasil. São, muitas vezes, responsáveis pela implantação do negócio e, depois de algum tempo, retornam a seus países de origem”, disse Almeida.