Inflação, juro alto, economia mundial turbulenta: como fica a criação de emprego?

De acordo com técnicos do Ipea, geração de novas vagas deve continuar sendo expressiva, como nos últimos meses

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O brasileiro que está a procura de um emprego conta com um cenário econômico a seu favor. De acordo com técnicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a geração de novas vagas deve continuar sendo expressiva, como o que vem ocorrendo nos últimos meses.

Aumento da inflação, juros mais altos e um cenário econômico internacional turbulento, considerados abalos recentes, não irão impactar na criação de novos postos de trabalho no País.
“Se a crise internacional se agravar, o mercado de trabalho pode até perder um pouco o ritmo, mas sem grandes abalos”, diz o coordenador do Boletim de Mercado de Trabalho do Ipea, Lauro Ramos.

O grande problema, de acordo com ele, é a inflação, que corrói o poder de compra da população, o que gera redução do consumo. “Mesmo assim, o mercado de trabalho ainda terá grande fôlego para criar vagas”, explica Ramos, ressaltando que a geração de vagas demora a ser afetada pelas oscilações da economia.

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Motor interno

O motor desse crescimento, para o pesquisador do Ipea Roberto Gonzalez, é a demanda interna, já que o avanço do emprego formal se dá em todos os setores e regiões do País. “A produção continua crescendo, gerando demanda por novos empregados; o aumento da massa salarial resultante garante a continuidade do crescimento”, diz.

Para comprovar a situação, dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), mostraram que a criação de emprego foi 15,11% maior nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2007.

De janeiro a maio do ano passado, foram criados 913.836 novas vagas, ante 1.051.946 no período equivalente este ano.

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Onde estão os empregos?

Os dados do MTE mostram que em todas as regiões do País foi registrado aumento de emprego no quinto mês do ano, com destaque para o Sudeste (140.901). Em seguida, estão o Sul (23.208), Nordeste (19.117), Centro-Oeste (13.462) e Norte (6.286).

Por estado, São Paulo liderou a criação de novos postos de trabalho com saldo de 75.734. Em seguida, estão Minas Gerais (37.968) e Paraná (16.739). Em contraposição, Alagoas (7.645) foi o que menos gerou novas vagas.

Em relação aos setores da economia, serviços foi o que mais gerou novos empregos em maio, com 55.361 postos. Logo após, vêm agropecuária (47.107) e indústria da transformação (36.701).