Conteúdo editorial apoiado por

Idec pede que planos de saúde negociem com médicos

Contra paralisação instituto envia carta aberta solicitando, também, que ANS assuma papel de regulação no conflito

Viviam Klanfer Nunes

Publicidade

SÃO PAULO – Em carta aberta, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) solicitou às operadoras de planos de saúde que aceitem negociar com os médicos e que a ANS (Agência Nacional de Sáude Suplementar) assuma papel de regulador, intervindo no sentido de assegurar condições de trabalho e remuneração dignas e compatíveis com o exercício da profissão médica. 

O pedido acontece em meio ao agravamento da relação entre os médicos e os planos de saúde. Na última quinta-feira (30), associações que representam os profissionais da saúde anunciaram que haverá paralisação de atendimento de dez planos de saúde. 

Problema estrutural 
A preocupação do instituto é justamente em relação à paralisação dos médicos que, segundo seu entendimento, é um sintoma de um problema estrutural do sistema de saúde suplementar. 

Nesse contexto, fica clara a necessidade de se reconhecer que o baixo pagamento dos honorários, aliado às interferências das operadoras no exercício da profissão médica, prejudica a sociedade como um todo. O consumidor, porém, acaba sendo ainda mais afetado, pois sofre com o descredenciamento de profissionais e com a grande espera para uma consulta. 

Solução
Na visão da coordenadora executiva do Idec, Lisa Gunn, caso o conflito estabelecido entre os médicos e os planos de saúde não se resolva, será importante a participação dos órgãos públicos. A questão fundamental aqui é que as condições adequadas da prática médica sejam garantidas, assim como proteção dos consumidores. 

A paralisação expõe claramente a atual deficiência e fragilidade do sistema de saúde suplementar no País, que exige solução urgente. 

A greve
Apesar de ainda não ter sido anunciada, os consumidores devem ficar atentos ao início da paralisação. De acordo com o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), durante três dias a cada semana, em um sistema de rodízio, uma especialidade médica não será oferecida aos pacientes. 

As urgências e emergências médicas não serão em momento nenhum rejeitadas. Vale lembrar ainda que a ANS e o Procon já se manifestaram em relação à manifestação e orientaram os consumidores sobre o que fazer a respeito. 

Idec
O documento elaborado pelo instituto foi encaminhado à ANS e à Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização, que representam as operadoras de planos e seguros saúde.