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SÃO PAULO – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quarta-feira os resultados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) dos brasileiros para o período de 2002 e 2003. Desse modo, comparou os diferentes padrões de consumo, considerando as classes dos indivíduos. Foi possível comprovar que as desigualdades no consumo entre as classes são muito significativas.
Para realizar a comparação, o IBGE considerou os dois extremos em termos de rendimento familiar mensal: a faixa de mais baixo rendimento (até R$ 400,00) e a faixa de mais alto poder aquisitivo (acima de R$ 6.000,00). A primeira corresponde a 16,38% das famílias e a segunda é composta por 5,08% do total.
Habitação ocupa o 1º lugar no ranking de ambas as classes
Quando observamos o maior gasto entre as famílias, podemos perceber que tanto a classe mais baixa quanto a mais alta aloca boa parte do seu rendimento em habitação. A categoria é responsável por 37,15% do rendimento das famílias de menor renda e 22,79% das famílias mais privilegiadas.
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A diferença é que a primeira consome mais com aluguel, enquanto a segunda adquire imóveis próprios.
Faixa de menor renda gasta o triplo com Alimentação
Nas classes de renda inferior, 32,68% de seu rendimento são gastos com alimentação. Essa quantia equivale ao triplo do que a faixa mais alta consome (9,04%).
O Transporte, por sua vez, representa 8,15% do rendimento das classes de renda até R$ 400,00. Assim, apenas Habitação, Alimentação e Transporte representam cerca de 78% das despesas das classes de baixa renda. Já nas classes mais altas, esse número cai para 49%.
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Vale ainda destacar que o gasto com Transporte é bem diferente entre as duas faixas. A primeira destina boa parte disso ao transporte urbano, enquanto a segunda despende mais recursos com o veículo próprio.
Educação é o último no ranking das classes mais baixas
As famílias de baixa renda empregam apenas 0,30% da despesa total com Educação. Já as classes mais privilegiadas desembolsam 4,89% dos gastos familiares com essa categoria.
Esse número é bastante preocupante, uma vez que a educação é um fator importante para a inserção do indivíduo no mercado de trabalho. Assim, a desigualdade, exposta nesses indicadores, tenderá a ser maior, uma vez que há poucas perspectivas para as classes de menor renda.
Percebe-se, dessa maneira, que os padrões de consumo são muito distintos nas diferentes classes sociais. E o que mais preocupa é que essa disparidade se mostra crescente.