IBGE: apenas 34,4% dos trabalhadores domésticos têm carteira assinada

O estudo ainda aponta que 94,3% deles são mulheres, 61,8% são pretos ou pardos e 64% têm menos de oito anos de estudo

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – De acordo com suplemento especial da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem atualmente 1,62 milhão (8,1% da população ocupada) de trabalhadores domésticos nas seis principais regiões metropolitanas do País.

Destes, 94,3% são mulheres, 61,8% são pretos ou pardos e 64% têm menos de oito anos de estudo. Outros números chamam a atenção: em média, os trabalhadores domésticos recebem 35% do rendimento médio da população ocupada e somente 34,4% deles têm carteira de trabalho assinada.

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (26), se refere aos dados obtidos em março deste ano e aponta que apenas 3,4% dos trabalhadores moram no emprego e 81,9% deles trabalham em apenas um domicílio.

Continua depois da publicidade

Jornada de trabalho e salários

Ao contrário do que se imagina, a jornada de trabalho dos empregados domésticos é inferior à observada para a média da população. Enquanto os primeiros trabalham cerca de 37,6 horas semanais, o restante da população labuta 41,9 horas por semana, em média.

Quase um terço (27,5%) dos trabalhadores domésticos recebe menos de um salário mínimo. Dentre os que trabalham sem carteira assinada, essa parcela chega a 40,4%. Já entre os que possuem registro, 79,9% recebem entre um e dois salários mínimos.

Perfil dos trabalhadores

Analisando o perfil dos domésticos, o IBGE constatou que as mulheres desta categoria correspondem a 17,5% da população ocupada feminina e que os pretos ou pardos representam 12,7% da população ocupada preta ou parda.

A maioria dos trabalhadores domésticos (31,1%) tem entre 35 e 44 anos. Na seqüência vêm os de 25 a 34 anos (24,9%) e os de 45 a 54 anos (23,3%). O estudo destaca ainda a parcela de crianças e adolescentes, de 10 a 17 anos (1,9%), e a de idosos (2,2%).

Apenas 7,8% destes trabalhadores freqüentam a escola e apenas 2,7% fazem algum curso supletivo ou de alfabetização. O contingente de trabalhadores com onze anos ou mais de estudo é de 14,2%.