Horas extras comprometem criação de novos empregos, aponta estudo

Milhões de novas vagas seriam geradas não fosse o forte hábito da aceitação de que muitos trabalhadores façam horas extras

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo realizou um estudo em dez regiões metropolitanas brasileiras, mais do Distrito Federal, e constatou que se todos os trabalhadores destas localidades deixassem de cumprir horas extras no trabalho e cumprissem apenas com a jornada regular, de 44 horas semanais, nada menos do que 1,7 milhão de vagas seriam criadas em todo o país.

Vagas desperdiçadas

O estudo traz dados acumulados desde 1978 a 2002. Somente nas regiões metropolitanas seriam criadas 643 mil novas vagas de trabalho, chamadas de vagas desperdiçadas pelo secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, Márcio Pochmann. Em sua concepção, o trabalhador que faz horas extras compromete a qualidade de seu serviço e ocupa a vaga que poderia ser de uma segunda pessoa.

Ainda de acordo com o secretário, o fato de muitos trabalhadores cumprirem horas extraordinárias de trabalho está relacionado ao fato de as empresas terem receio de selecionar, treinar e contratar um profissional para demiti-lo dentro de pouco tempo. Com isto, apostam na extensão do trabalho daqueles que já fazem parte da equipe. O problema, contudo, é que o que se paga em horas adicionais trabalhadas acaba sendo muito maior, pois este valor chega a superar o valor da hora normal em 100%.

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Um estudo desenvolvido pela Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da prefeitura de São Paulo em dez regiões metropolitanas brasileiras e no Distrito Federal, levando em consideração dados de 1978 a 2002, demonstrou que se todos os trabalhadores dessas localidades reduzissem o número de horas extras e exercessem as 44 horas regulamentares da carga semanal, novas contratações iriam surgir no mercado, abrindo nada menos do que 1,7 milhão de novas vagas em todo o país, sendo 643 mil só nas regiões metropolitanas.

Pochmann acredita ainda que além da queda da produtividade do trabalhador, as condições de trabalho acabam sendo pioradas, além de que há o sério risco de agravamento de doenças ocupacionais.