Há espaço para crescimento do endividamento no Brasil, diz Ipea

Presidente do instituto diz que o crédito não cresce de maneira homogênea no País e, em alguns casos, há espaço para mais dívidas

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Apesar de a maioria dos brasileiros estar endividada, mais precisamente 51,3%, ainda há espaço para mais comprometimento da renda da população, de acordo com o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Márcio Pochmann.

“Há espaço para crescer o endividamento”, afirmou Pochmann na quarta-feira (3), após coletiva para apresentação do IEF (Índice de Expectativas das Famílias) de outubro.

Isso acontece, conforme ele explicou, porque o Brasil não é um país em que o crédito esteja distribuído de forma homogênea.

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Dados
Para se ter uma ideia, das famílias que recebem até um salário mínimo (R$ 510), 56,4% não têm dívidas bancárias, com parentes, no comércio, entre outras. Já entre os que recebem entre cinco e dez salários mínimos, esse percentual cai para 42,3%, conforme a tabela a seguir:

Percepção do grau de endividamento das famílias por faixa salarial 
Renda  Muito endividado Mais ou menos endividado Pouco endividado Não têm dívidas
Não tem renda 16,7% 8,3% 20,8% 54,2%
Até um mínimo 8,3% 15,6% 19,8% 56,4%
De um a dois mínimos 8,3% 15,8% 25,7% 50,1%
De dois a quatro mínimos 7,5% 18,7% 31,4% 42,2%
De quatro a cinco mínimos 7,8% 19,4% 27,5% 45,3%
De cinco a dez mínimos 6,8% 19,2% 31,6% 42,3%
Mais de dez mínimos 11,9% 17,9% 19,1% 51,2%

Expectativa
Pochmann disse que há espaço para que se adquiram bens de maior valor unitário pelos brasileiros, mas que isso dependerá da taxa de juro e da expectativa quanto ao emprego e à renda.

“O endividamento é um diálogo com o futuro: estou antecipando renda para adquirir um bem porque parto do pressuposto que terei renda nos próximos meses, então tenho uma visão positiva da ocupação e do comportamento da renda”.