Grau de investimento acirra dificuldade para contratar e reter talentos

Hoje empresas já demandam mais executivos e talentos do que efetivamente conseguem contratar no mercado local

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A conquista pelo Brasil da posição de grau de investimento tende a acirrar o apagão de talentos protagonizado pelas empresas instaladas no País. Isso vale especialmente para as companhias que atuam em setores de investimento, private equity, agronegócios, fusões e aquisições, além das áreas de marketing, vendas e aquelas ligadas ao consumo da classe C.

De acordo com a DBM, consultoria em gestão do capital humano em momentos de transição, hoje as empresas já demandam mais executivos e talentos do que efetivamente conseguem localizar e contratar no mercado local. Como resposta, algumas delas vêm trazendo de volta ao Brasil profissionais que foram expatriados. Outras iniciaram programas cujo objetivo é formar os talentos de que precisam.

Disputa por profissionais deve piorar

“A conquista da posição de investment grade faz com que o crescimento da demanda tenda a ser maior ainda a partir de agora, embora muitos setores já convivam com a falta de talentos e executivos no mercado no volume necessário”, afirma o presidente da DBM Brasil, Cláudio Garcia.

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Ele destaca que organizações do mercado imobiliário, no mercado de produtos voltados às classes C e D, bancos e empresas relacionadas a project finance, educação e crédito são as que passarão a sofrer ainda mais com a falta de profissionais adequados.

Educação precária e retenção de talentos

O estudo da DBM sobre a conquista pelo Brasil do grau de investimento também revela a incapacidade dos centros de ensino brasileiros de formar, na velocidade e no volume necessários, profissionais gabaritados para o novo contexto econômico.

O resultado da educação precária é a competição acirrada por talentos, aumentando as compensações oferecidas aos indivíduos que apresentem as competências essenciais para o novo momento da economia brasileira. Para fazer frente ao quadro, as companhias necessitam ampliar ou até mesmo repensar seus programas de retenção de talentos e criar outros atrativos, além dos financeiros, que mantenham os colaboradores alinhados com a empresa.