Grafologia: saiba se sua letra pode realmente entregá-lo em um processo de seleção

Utilizada por empresas de recrutamento, técnica promete desvendar o comportamento de candidatos em uma avaliação

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – Utilizada por empresas de recrutamento e seleção, a grafologia tenta desvendar o perfil comportamental de candidatos, por meio da análise da grafia de cada um. Mas será que tal método realmente é capaz para revelar a personalidade de alguém?

De acordo com a consultora de Recrutamento e Seleção da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Sueli Navarro Duarte, a resposta é sim.

Segundo ela, um profissional formado em Psicologia, Pedagogia ou mesmo em Medicina pode ser plenamente capaz de traçar o perfil de uma pessoa ao observar a pressão, o tamanho e até mesmo a direção do texto escrito por ela.

“Estando preparado, um especialista pode notar traços de inteligência, liderança, iniciativa, temperamento e raciocínio através da dimensão e do tamanho da escrita de um candidato”, diz Sueli.

Como é feita a avaliação
Atualmente, a aplicação deste tipo de avaliação costuma ser feita pelos recrutadores da seguinte forma: o candidato é orientado a escrever uma redação de 15 a 30 linhas em uma folha sulfite. Para isso, ele recebe uma caneta esferográfica azul.

“O avaliador que aplicará a redação costuma fazer um questionário para ver como a pessoa passou a noite e orienta o candidato sobre como a redação deve ser feita. As folhas devem ser colocadas uma embaixo da outra e o candidato não deve escrever no verso das páginas em branco”, explica Sueli.

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A recomendação de não escrever no verso é feita para não prejudicar a pressão da escrita, que é posteriormente avaliada. Além disso, o profissional também é orientado a não utilizar corretivo algum ou a reescrever o texto.

“As regras não são apenas para facilitar a escrita livre, afinal, a pressão da escrita pode revelar informações sobre tensão, agressividade e até mesmo sobre reações mais violentas de um candidato”, explica Sueli.

Na mira do recrutador
Na análise grafológica, o recrutador costuma ficar de olho em algumas letras que revelam mais características sobre o profissional. Entre elas, destacam-se o T e a letra R e as vogais (A, E, I, O e U).

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Além disso, como a folha sulfite é dada sem nenhum tipo de linha ou margem, o respeito aos limites também é muito observado.

“Se a pessoa escreve de forma retilínea, isso indica harmonia e pode revelar que ela executa suas tarefas sem exaltação. Agora se escreve de forma descendente, pode significar que o candidato esteja cansado ou não tenha dormido bem”, explica Sueli.

Contudo, o que pode significar se o candidato escrever de forma ascendente? “Neste caso, temos um perfil combativo, empreendedor, de alguém que gosta de ser exaltado e tem orgulho de si”, garante a consultora da Ricardo Xavier.

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O que sua letra quer dizer?
Em relação à análise da letra, é interessante que os candidatos saibam que muitos são os critérios envolvidos para avaliar um profissional. De forma geral, as letras até 1,4 milímetro indicam que seu autor pode ser uma pessoa concentrada, inteligente, cautelosa e modesta.

Contudo, nem sempre isso pode ser um bom indicador. “Este mesmo tamanho de letra também pode revelar alguém inseguro, com dificuldade de lidar com sua autoimagem”, exemplifica Sueli.

Já uma escrita muito grande, acima de 4 milímetros, costuma mostrar exatamente o oposto: uma pessoa muito extrovertida, vibrante, que gosta de lidar com poder e não perde a chance de ser exaltada.

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Assinatura
Outro item que não pode ficar de fora é a assinatura da redação: os recrutadores consideram fundamental que o candidato assine a avaliação! Ao que parece, não assinar o próprio documento pode demonstrar que o candidato não valoriza o próprio trabalho ou não gosta de se expor.

Segundo a headhunter da De Bernt Entschev e também psicóloga, Rosanne Martins, a localização da própria assinatura também costuma ser um fator a ser observado.

“Os candidatos que terminam a redação e deixam um espaço muito grande até sua assinatura demonstram que não se valorizam tanto”, revela.

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A mesma opinião é também compartilhada por Sueli, que defende que a direção da assinatura também precisa ser observada. “Assinaturas centralizadas denunciam maturidade. Já as localizadas à esquerda, timidez. Quem assina à direita, no entanto, costuma ser uma pessoa desinibida, que não tem problema de falar o que pensa”, completa.