Google é acusado nos EUA por pagar salários muito diferentes para homens e mulheres

O DOL afirma ter evidências de "extrema disparidade de salário" entre homens e mulheres na companhia

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O Google foi acusado pelo Departamento de Trabalho dos EUA (DOL) por diferenciar os salários de seus funcionários de acordo com o sexo.

O DOL afirma ter evidências de “extrema disparidade de salário” entre homens e mulheres na companhia. Segundo a investigação, o governo americano coletou dados que sugerem que a empresa está violando leis federais de emprego.

“Nós achamos disparidades de salários sistêmica contra as mulheres praticamente em toda a força de trabalho da empresa”, afirmou Janette Wipper, diretora regional do DOL, no tribunal de São Francisco, segundo o The Guardian.

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Considerando que o Google é uma empresa prestadora de serviços do governo federal dos EUA, precisa divulgar documentos referentes aos salários de seus empregados para mostrar que se adequa às políticas de remuneração igualitária que o governo exige de seus prestadores. No entanto, a empresa estava se negando a divulgar esses documentos, argumentando que a divulgação “revelaria dados confidenciais”, o que gerou a suspeita e a conseguinte investigação.

O processo está em andamento, mas segundo o DOL, “há evidências convincentes de discriminação muito significativa contra as mulheres em diversas posições no Google”.

Em resposta ao departamento de trabalho, o Google publicou uma nota negando as acusações e afirmando que não diferencia os salários por sexo e sim por “desempenho pessoal, posição dentro da empresa e avaliações da equipe”.

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“A cada ano, fazemos uma análise exaustiva e robusta dos salários e não olhamos para gênero. Além de fazer uma declaração infundada que nós ouvimos pela primeira vez no tribunal, o DOL não forneceu nenhum dado, tampouco compartilhou sua metodologia”, afirmou o Google ao site. 

“Nossa análise nos dá confiança de que não há diferença salarial entre homens e mulheres no Google”, diz a nota escrita por Eileen Naughton, vice-presidente de operações de recursos humanos do Google.

Naughton afirma que a análise mais recente do Google, realizada no final de 2016 e abrangendo 52 diferentes categorias de trabalho, não encontrou “diferença salarial entre homens e mulheres”. A empresa afirma ainda que já publicou uma visão geral de como alcançar um modelo de análise de equidade salarial para outras empresas e recentemente expandiu seu próprio sistema para cobrir a raça, e vai compartilhar publicamente uma análise detalhada de como compensou os empregados igualmente em 2016.

Segundo a CNET, no entanto, o histórico de diversidade do Google não é muito favorável. Segundo o último relatório de emprego, apenas 31% dos funcionários são mulheres. E considerando a equipe nos Estados Unidos inteiro, só 2% são negros e 3% têm etnia hispânica.

A acusação polêmica contra uma das maiores e mais poderosas empresas do Vale do Silício ocorre numa época em que a indústria de tecnologia dominada pelos homens enfrenta um crescente aumento de casos em relação à discriminação de gênero, às disparidades salariais e ao assédio sexual. Recentemente a ex-engenheira da Uber Susan Fowler expôs um caso de machismo dentro da empresa, que também está sendo investigado. 

O processo do Google, no entanto, é diferente do da Uber, porque caso a empresa não adeque a situação, pode ter seus contratos federais interrompidos.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.