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SÃO PAULO – Na próxima terça-feira (14), quando abrirá a leva de resultados de instituições financeiras, o Goldman Sachs deve apresentar seu maior lucro desde o número recorde visto em 2007.
A receita comercial da instituição em 2009, por exemplo, deve superar a apurada em 2007, em função da redução da competição no segmento, graças ao colapso de alguns grandes rivais, como o Lehman Brothers e o Bear Stearns.
Há quem diga que o Goldman Sachs promoveu algum descolamento entre a gestão de risco e o apetite por ele, de modo a beneficiar-se do atual cenário, marcado por competidores avessos a incertezas. Dessa forma, surge a dúvida fundamental se é desejável a volta do antigo status quo do mercado financeiro agressivo e faminto por apostas.
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Prudência
O resgate às companhias às voltas com ativos ilíquidos empreendido pelo governo norte-americano imprimiu a ideia de que instituições como o Goldman Sachs são “muito grandes para quebrar”, sugerindo como pronta a presença do segurador de última instância nos casos em que as estratégias falham.
Nos áureos tempos, a receita do banco era turbinada por intensos investimentos com capital próprio e operações em transações de alto risco. Isso estimulou comportamento semelhante em diversas outras empresas do setor, que fracassaram desastrosamente.
Então, surge a preocupação de que isso ocorra de novo, agora que os resultados voltam ao azul para a companhia, e chega a hora de questionar a prudência com que essas corporações – especialmente as que porventura tentem reproduzir as práticas que gigantes financeiros – como o Goldman – estão jogando para fazer dinheiro.
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Ressalva
Vale a ressalva, porém, de que o Goldman Sachs encontrou um agente facilitador para o bom resultado que deve reportar. A ajuda de US$ 30 bilhões disponibilizada pelo governo dos EUA como garantia dos exigíveis da companhia ao longo de novembro do ano passado a março deste ano colaboraram para a redução de seu custo de capital, o que facilita o lucro via investimentos.
Banco suíço de grande porte procura
O Credit Suisse, o maior banco da Suíça em termos de valor de mercado, tem contratado novos executivos experientes em suas unidades asiáticas, mesmo com a persistência dos movimentos declinantes das receitas no segmento.
Segundo analistas do próprio banco, o ano de 2009 deve ser profundamente marcado por uma contração no ritmo de crescimento dos salários pagos aos altos executivos de instituições financeiras.
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É nesse contexto que o Credit Suisse engaja-se em garimpar talentos entre banqueiros experientes, que assistiram a outras crises no passado e que supostamente entendem a importância do aconselhamento em detrimento da pura e simples venda de serviços bancários.
Custos
Neste momento, o grande foco tem estado sobre os custos do banco. À medida que os clientes preferem manter sua posição em ativos muito líquidos, pouco atrativos em termos de rendimento, as despesas da companhia sentem-se pressionadas.
E as previsões para os próximos 12 meses não são muito melhores, pelo menos não até quando os investidores evitarem oportunidades que premiem fortemente o risco.
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Marcel Kreiss, chefe de private banking do Credit Suisse para a região da Ásia e do Pacífico, assinalou que uma retomada só acontecerá quanto o mercado e as economias puserem-se no caminho do crescimento sustentável. Consolidação, segundo Kreiss, será algo que o segmento só deverá experimentar nos próximos 12 a 18 meses.