Os brasileiros que criaram um unicórnio no Vale do Silício aos 22 anos

Fundada pelos brasileiros Henrique Duburgas e Pedro Francesci, a Brex, depois de uma rodada de investimentos, atingiu valor de US$ 2,6 bilhões

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – Jovens empreendedores largaram a faculdade para criar uma empresa de crescimento acelerado e característica disruptiva no Vale do Silício. Em pouco tempo, a empresa já valia bilhões de dólares. Os primeiros nomes que aparecem no imaginário podem ser de Bill Gates, Steve Jobs ou Mark Zuckerberg. Mas essa história é protagonizada por brasileiros. 

Henrique Duburgas e Pedro Francesci são brasileiros que foram estudar em Stanford e, aos 22 anos, criaram uma unicórnio: a Brex, empresa de cartão de crédito criada há menos de dois anos pelos dois amigos para atender outras startups nos Estados Unidos.

Na adolescência, o talento dos jovens já era diferenciado. Henrique programava desde os 12 anos e criou uma forma de pagamento alternativa em um jogo online. Já Pedro, também aos 12 anos, conseguiu a façanha de, sozinho, desbloquear um iPhone 3G no Brasil. Ambos se conheceram pelas redes sociais, discutindo sobre o melhor editor de texto para programação, e a historia deslanchou.

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Juntos e ainda no Brasil, os amigos fundaram a Pagar.me, um meio de pagamento online, e tiveram que conciliar o gerenciamento da Startup, o final do ensino médio e o sonho em comum entre os dois: a aprovação em Stanford.

“Especialmente depois que você faz alguma coisa que deu um pouco certo, você acha que pode mais. Eu sempre fui muito ambicioso. Queria chegar mais longe”, relata Henrique, que acabou convencendo o amigo, Pedro, a ir para Stanford melhorar suas habilidades em programação.

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“Desde que começamos a Pagar.me, decidimos que iríamos trabalhar juntos, porque vimos que somos muito complementares no que fazemos. Então o Henrique decidiu [que iria para Stanford], me convenceu, e eu me apliquei pro SAT [sigla para Scholastic Assessment Test, espécie de ‘vestibular americano’] em 2013”, conta Pedro.

“Em 2013 fundamos a Pagar.me, cursando no ultimo ano do ensino médio e aplicando para faculdades americanas, o que não foi muito fácil, mas acabou dando tudo certo”, conclui o fundador.

Os dois sempre foram apaixonados pelo Vale do Silício e queriam criar algo novo e consolidar seus nomes entre gigantes da tecnologia. E Stanford era o lugar em que aprenderiam isso e conheceriam os nomes certos para atingir seus objetivos. Mas a faculdade durou pouco. Após poucos meses de curso, a dupla já sentia que precisava voltar para os negócios.

“Começamos o Brex porque precisávamos de um novo negócio, tínhamos uma vontade muito grande de trabalhar, ficamos seis meses parados após sair da Pagar.me. O plano era trancar a matrícula até quando fosse possível, mas, assim que o negócio começou a caminhar, ficou claro que não voltaríamos”, completa Pedro.

A empresa então decolou e virou a “queridinha” das startups americanas, por conta da agilidade em atender os clientes, por se diferenciar dos modelos tradicionais de bancos e pelo seu método de avaliação, que dá mais importância ao histórico de investimentos, fluxo de caixa e padrões de gasto do que ao faturamento em si.

“Montamos o Brex com a cabeça de onde estaremos em 10, 20 anos. Eu acho que a gente tem uma sorte muito grande em estar no lugar certo, com as pessoas certas e no mercado certo. Então não ter ambição, me parece errado”, diz Pedro.

“Em 10 anos eu me vejo fazendo o que gosto, com um time melhor. Em 10 anos podemos fazer algo bem legal, mas o que eu quero mesmo é estar trabalhando bastante”, completa Henrique.

Assista acima à entrevista completa de Pedro e Henrique para o Na Prática, da Fundação Estudar, uma iniciativa que apoia o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens, conectando-os ao mercado por meio de cursos, conferências e conteúdo digital gratuito.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.