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Como uma jovem se tornou a única mulher e mais nova trader a operar na NYSE

Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, a jovem contou como é encarar a rotina de trabalho e como começou a operar ações  

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Muitas profissionais enfrentam diariamente um ambiente de trabalho com muito mais homens do que mulheres. E trabalhar em um local onde se é pouco representado, muito novo e começando uma carreira pode ser bastante desafiador. 

Esse é o caso da jovem norte-americana Lauren Simmons de 23 anos, que trabalha como equity trader pela corretora Rosenblatt Securities na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Ela é a mais jovem e a única funcionária mulher em tempo integral a ocupar essa posição atualmente. Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, a jovem contou como é encarar a rotina de trabalho e como começou a operar ações.

Na prática, ela compra e vende ações no curto prazo visando lucrar para os clientes da corretora. Simmons conta que se alguém tivesse dito há cinco anos que ela acabaria trabalhando em Wall Street, ela não teria acreditado. 

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Como chegou até Wall Street 

Simmons se formou em genética com especialização em estatística na Universidade Estadual de Kennesaw, na Geórgia, EUA, em 2016. A ideia dela para sua carreira era trabalhar como pesquisadora na área da saúde. Durante a faculdade fez estágio em um centro de tratamento clínico dentro da faculdade para pagar os estudos. No entanto, durante essa experiência percebeu que não queria passar o resto da vida trabalhando em laboratórios e fazendo pesquisas teóricas. 

No início de 2017, ela se mudou para Nova York com a família e começou a procurar vagas em outras áreas. Como ela sempre teve afinidade com números, o setor financeiro foi um dos caminhos possíveis. E foi assim, que ela começou a se candidatar para cargos na área. 

Depois de dois meses na procura, conseguiu uma vaga na corretora Rosenblatt Securities – onde atua até hoje. “Eu amo amo números e estatísticas, mas estava na direção errada. É uma linguagem universal que você pode aplicar em muitos campos e a Bolsa de Nova York é, naturalmente, um deles”, diz.

A jovem, que começou a trabalhar na corretora em março de 2017, explicou que, no entanto, sua permanência no emprego dependia da aprovação em um exame chamado Series19, que é pré-requisito para um trader operar dentro da NYSE no que eles chamam de “trading floor” – andar da bolsa de valores do estado americano onde os traders operam bastante representado em filmes. “Como eu vinha de outra área, não tinha a certificação da prova. Eu tinha um mês para estudar e passar. Todo mundo achava que eu não ia conseguir”, conta. 

Ela estudou e fez pequenos cursos online que deram resultado: ela passou na prova e conseguiu manter o trabalho. Além disso, teve que aprender sobre a dinâmica do mercado financeiro para começar a operar.  

Não foi um período fácil e exigiu muita horas de estudo e dedicação por parte da jovem, mas ela afirma que valeu a pena. “Quando decidi tentar vagas nas áreas de finanças, sabia que seria um desafio e que teria que estudar, então não foi uma surpresa. Sei que cada minuto valeu a pena”, conta. 

Desde então começou a operar pela Rosenblatt na NYSE. E afirma que aprendeu muito e se apaixonou pelo mercado financeiro – inclusive pela rotina corrida que leva. 

Ela conta que sua rotina começa por volta das 6h da manhã, quando levanta, toma banho e já se senta para tomar café lendo as notícias mais recentes dos noticiários. “Tudo o que leio pode me ajudar a tomar decisões na hora de comprar e vender ações”, diz. Ela chega na NYSE, onde trabalha todo dia em nome da corretora para quem opera, por volta das 9h e espera o mercado abrir que 10h30 (horário de Brasília), 9h30 no horário de Nova York para começar a operar. “Já me acostumei com a rotina corrida e com o estresse diário. Hoje lido com isso super bem”, afirma a jovem, que já está a pouco mais de um ano trabalhando como trader.  

Preconceito 

Embora esteja construindo uma trajetória de sucesso, Simmons precisou enfrentar um mundo majoritariamente masculino. Ela conta que o setor ainda tem um longo caminho a percorrer para criar locais de trabalho que ofereçam uma maior equidade de gênero. “No começo foi muito difícil , tinha um desmerecimento. Eu tenho 23 anos, sou mulher e negra. Ou seja, sou minoria. Eles pensam ‘O que você está fazendo, como conseguiu esse emprego?'”, conta. No entanto, há mais de um ano na NYSE diariamente, ela conta que foi ficando mais fácil. “Hoje já me coloco e subo a voz quando preciso. Tive que me impor para conseguir espaço e trazer resultados”, diz. 

Ela conta que além da falta de espaço para as mulheres, quase nenhuma se candidata para vagas na área. “Acabou de chegar uma nova pessoa para a Rosenblatt e no processo de entrevista, quase não tinham candidatas do sexo feminino, elas não se inscrevem”, disse Simmons, que afirma que a corretora para qual trabalha tenta trazer mais mulheres para operar. 

Futuro 

A jovem de 23 anos tem certeza que quer continuar trabalhando no mundo financeiro daqui para frente. “Eu me descobri fazendo esse trabalho. Quero ficar na área. Mas tenho a mente aberta para novas possibilidades no futuro. Quero desenvolver minhas habilidades e quem sabe trabalhar em outras funções”, explica. 

Para quem quiser construir uma carreira em Wall Street é nunca duvidar de si mesmo, se dedicar e especialmente para as mulheres não se limitar. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.