“Estudava até 1 da manhã”; presidente do CFA Brasil conta como tirar o certificado mais importante do mercado financeiro

CFA é uma das certificações que pesa no currículo e faz muita diferença na carreira de um profissional do mercado financeiro   

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O segredo de ter uma carreira de sucesso é se dedicar e adquirir conhecimento constantemente. Além disso, cursos e certificados que comprovem sua capacidade ajudam você a conseguir mais oportunidades. O CFA (Chartered Financial Analyst) é uma dessas certificações que pesa no currículo e faz muita diferença na carreira de um profissional do mercado financeiro.

O CFA foi criado em 1960 e de lá para cá 150 mil pessoas no mundo possuem o certificado, sendo que 1.100 estão no Brasil. “A certificação traz uma distinção nacional e global para o profissional. É um passaporte global para quem quer trabalhar no mercado financeiro”, afirma Mauro Miranda, presidente da CFA Society Brazil, uma das filiais do Instituto CFA, que organiza o processo de certificação.

Em entrevista ao programa Carreiras do Mercado, da InfoMoneyTV, ele explica que qualquer profissional com pelo menos 4 anos de experiência no mercado financeiro e com ensino superior pode participar. Mas a prova exige e muito. “É uma prova difícil que uma taxa de aprovação baixa: a cada 100 pessoas que começam apenas 13 passam no nível 3 e recebem a certificação”, diz Miranda.

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O executivo é um exemplo de que é preciso dedicação para passar na prova. Ele tirou o certificado em 2006, quando morava em Nova York e trabalhava em um banco. Ele entrava cedo e saia por volta de 23h, mais de 12h de trabalho. “Eu chegava em casa 23h30 e estudava para o CFA até 1h. Era o horário que eu tinha. Esforços têm que ser feitos”, conta.

A prova é toda em inglês. Em termos de conteúdo são 10 temas diferentes incluindo ética, derivativos, gestão de carteiras, renda fixa, renda variável, economia, análise de relatório financeiro, investimentos alternativos, entre outros e cada tópico aparece nas três provas com pesos diferentes.

É preciso muita dedicação. São cerca de 320 horas de estudo por prova, em média, para conseguir passar. O primeiro nível possui 240 questões de múltipla escolha com um conteúdo mais básico, o segundo tem 120 questões também de múltipla escolha focado em avaliativos e análise de relatórios e o terceiro mescla 60 questões de alternativa e algumas dissertativas e direciona o conteúdo para gestão de carteiras.

Segundo Miranda, não é uma certificação que é para assustar as pessoas, mas é preciso saber que sem dedicação dificilmente se consegue passar. “As portas estão sempre abertas para quem é qualificado”, diz.

Outra característica do CFA é a padronização. Não importa se você faz a prova no Brasil, na Finlândia ou na África do Sul é a mesma prova aplicada no mesmo dia em junho (para todos os níveis) e em dezembro (para o nível 1).

No entanto, é uma certificação que demanda um bom investimento financeiro. Para fazer a inscrição no CFA Institute custa US$ 450 dólares, cerca de R$ 1.660, e para cada prova o custo varia entre US$ 680 e US$ 1.400, entre R$ 2.500 e R$ 5.200.

“Não tem mistério, precisa estudar bastante e precisa de dedicação. Se você trabalha em tempo integral e tem família, não se preocupe porque você não é o único”, afirma Miranda.

Assista a entrevista completa de Mauro Miranda para o Carreiras do Mercado no player acima.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.