Pesquisa revela nível de ‘mentalidade’ dos gestores globais brasileiros

Os gestores responsáveis por coordenar atividades internacionais de empresas brasileiras têm um déficit de conhecimento do sistema legal e econômico de outros países

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral revela que os gestores globais de multinacionais brasileiras, profissionais responsáveis por coordenar atividades internacionais apresentaram um déficit de conhecimento do sistema legal e econômico de outros países.

O estudo avaliou o nível de “mentalidade global” desses gestores, isso é, a sensibilidade para entender outras culturas e se adaptar a elas. Em uma escala de 1 a 7, o nível de mentalidade global dos gestores alcançou uma média de 5,6 pontos.

Para a coordenadora da pesquisa e professora da Fundação Dom Cabral, Lívia Barakat, o índice está em um patamar considerado alto, mas que pode ser melhor desenvolvido se consideradas as responsabilidades internacionais desses gestores.

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“O estudo mostra que eles se consideram bem preparados para socializar com pessoas de outros países e confiam na sua habilidade de se ajustar a culturas pouco familiares. Porém, deixam a desejar no que diz respeito ao conhecimento do sistema legal e econômico, de artes e ofícios de outras culturas”, explica a coordenadora da pesquisa.

O nível de mentalidade global está associado a determinados fatores. Por exemplo, as viagens internacionais contribuem para aumentar a mentalidade global dos gestores em 13%. Demais fatores, como o interesse por outros países, o conhecimento do contexto mundial, o gosto por desafios, a abertura às mudanças e a vivência prolongada em outro País, também contribuem para aumentar o nível de mentalidade global dos gestores.

“Outro ponto importante é que profissionais globais com um maior nível de mentalidade global tendem a ser mais satisfeitos no trabalho, mais comprometidos, com melhor desempenho e mais aptos a exercer uma liderança transformacional, isto é, mais capazes de influenciar positivamente as suas equipes para atingirem desempenhos superiores”, disse Barakat.

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Isso mostra por que a mentalidade global pode se tornar uma vantagem competitiva para as empresas em processo de internacionalização. Segundo a pesquisa, lançada hoje, os gestores globais expatriados tendem a ter a mentalidade global melhor desenvolvida do que os não expatriados.

Perfil dos gestores
De acordo com o levantamento, 76% das empresas em processo de internacionalização possuem em seus quadros a figura do gestor global. São, em média, 87 profissionais deste tipo para cada empresa em processo de internacionalização. O gestor médio possui 42 anos de idade, alto nível de escolaridade, trabalha na empresa há 13 anos em média, já visitou 13 países, tendo estudado em pelo menos um por tempo superior a um mês.

“Este é um profissional cada vez mais requisitado pelo mercado, embora seja de difícil retenção por ter uma empregabilidade muito alta”, avalia Lívia.

O estudo contou com 332 gestores globais de 22 empresas de setores diversos da economia, entre eles expatriados, impatriados, gestores de operações internacionais que atuam na matriz ou em unidades de negócio no exterior.