Gerenciar talento é principal desafio apontado por executivos de RH

Pesquisa mostra ainda que gerenciar equilíbrio entre trabalho e vida profissional também está entre desafios até 2015

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – O ritmo rápido das transformações no mundo tem produzido alterações significativas nos modelos de negócios. Com isso, talentos e lideranças se tornam cada vez mais limitados. Exatamente por este motivo é que os executivos de RH
(Recursos Humanos) acreditam que o maior desafio para o futuro será gerenciar talentos.

A constatação faz parte de relatório, realizado pela consultoria empresarial The Boston Consulting Group (BCG), que aborda como lidar com os desafios mundiais na área de RH até 2015. Em nove dos 17 países analisados, inclusive o Brasil, o gerenciamento de talentos foi apontado como um desafio para o futuro.

O estudo, elaborado em parceria com a World Federation of Personnel Management Associations (WFPMA), ainda revelou que em 14 destas nações o gerenciamento de talentos é o principal desafio. O levantamento colheu a opinião de 4.471 profissionais, em 83 países, sobre 17 tópicos ligados à gestão de recursos humanos e a 194 ações de direcionamentos específicos.

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A falta de talentos

De acordo com os dados, apenas 40% dos executivos de RH que consideraram algum dos tópicos como importantes para o futuro de sua empresa afirmaram que suas organizações já começaram a lidar com o tema. Eles esperam que as companhias impulsionem e incentivem a procura global por talentos.

“As empresas são sistemas sociais complexos, que requerem clareza de objetivos, liderança e gestão. As que apresentarem habilidade para ganhar vantagem competitiva por meio de estratégias de recursos humanos estarão à frente dos concorrentes”, disse Rainer Strack, sócio do BCG na Alemanha e um dos autores do relatório.

Outro ponto abordado na pesquisa diz respeito ao fato de a força de trabalho estar envelhecendo. As empresas enfrentarão dificuldades em contratar pessoas para cargos estratégicos. Será mais difícil identificar e reter talentos. “Problemas surgirão em função da perda de conhecimento e de produtividade, se as empresas não começarem a se preparar, hoje, para a falta de mão-de-obra em cinco ou dez anos”, disse Strack.

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Equilíbrio pessoal e profissional

O relatório também concluiu que os colaboradores estão mais exigentes, quando o assunto é a qualidade de vida. Administrar a vida pessoal e profissional aparece como prioridade em todas as regiões estudadas, exceto o Pacífico, e está entre os três maiores desafios no Chile, Argentina, Brasil, Canadá, Índia, Itália, Cingapura e África do Sul.

Dentre as atitudes das empresas mais valorizadas, está o horário flexível, apontado por 60% dos executivos de RH como fato que já acontece nas empresas em que trabalham. Até 2015, 80% dos que não implantaram ainda o benefício planejam oferecê-lo aos colaboradores das empresas em que atuam.

“Colaboradores, especialmente os mais talentosos, sempre fazem escolhas baseadas em fatores como flexibilidade de horários e gratificação emocional”, diz Andrew Dyer, líder mundial de Prática de Organizações do BCG e co-autor do relatório.

O terceiro item mais citado, de acordo com a pesquisa, foi aperfeiçoar lideranças, apontado em dez dos 17 países estudados. “A medida em que os desafios na gestão dos recursos humanos aumentam, crescem igualmente as oportunidades de as empresas se destacarem por meio de estratégias específicas para o tema pessoas”, conclui Dyer.

Realidade no Brasil

No Brasil, 178 executivos da área de RH foram entrevistados. Neste caso, estavam entre os principais desafios o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e a gestão de talentos. Em terceiro lugar, por sua vez, ficou a administração da melhoria do desempenho e a forma de recompensá-la.
Além disso, com maior freqüência que nos outros países-foco, no Brasil, os entrevistados apontaram que transformar o RH em um parceiro estratégico é um ponto importante no futuro.