“Geração mimimi” pode prejudicar todo o futuro das empresas, diz especialista

Isso é especialmente perigoso por se tratar justamente de pessoas que gerenciam as tomadas de decisão

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Embora não possa ser definida em apenas uma época de formação ou nascimento – como nas gerações Y, Z, X e os baby boomers – existe um agrupamento de pessoas, com comportamento semelhante, que pode prejudicar o andamento de empresas com grande potencial: a “geração mimimi”. A análise é do conselheiro da consultoria de recrutamento STATO, Marcelo Necho.

“Estudei com uma turma em Harvard e chegamos juntos a essa conclusão: há toda uma geração de pessoas com pensamentos exageradamente corretos do ponto de vista de organização, mas que simplesmente não conseguem realizar as propostas, tirar do papel. Isso ocorre entre gestores, conselheiros, pessoas com grandes trajetórias profissionais”, explica o especialista.

Para ele, que analisa se encaixar em uma personalidade completamente oposta – “quase agressiva, além da assertiva” – isso é especialmente perigoso porque muitas vezes se trata justamente de pessoas que gerenciam as tomadas de decisão. “Quando uma pessoa subordinada a esses gestores se posiciona, diz que eles não conseguem tomar atitudes, esse subordinado pode acabar entrando em extinção no mercado”, alerta Marcelo.

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Essas pessoas da geração “mimimi”, segundo ele, normalmente têm experiência em gestão e boa formação, e estão sempre muito preocupadas em organizar planos de ação esteticamente impressionantes e teoricamente muito corretos. “O problema é que muito tempo é perdido com essa estética e essa burocracia e acaba-se perdendo o melhor momento para agir”, explica. Isso pode acabar gerando uma situação problemática permanente para a empresa, afirma. 

Desemprego

Ao mesmo tempo, não são apenas pessoas em cargos elevados que precisam mudar a postura de “mimimi”; a diferença é que, em casos de profissionais de hierarquia mais baixa, e principalmente entre desempregados, a mudança de postura depende de um “clique” pessoal. A diretora da área de transição de carreira da STATO, Lúcia Costa, acredita que com a recessão econômica, quem for buscar uma nova colocação ou tiver planos de progredir na carreira deve ter em mente que o momento é de resiliência, produtividade e protagonismo.

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“Chegou a hora de parar de culpar o chefe ou a empresa, o cenário político/econômico, o colega de trabalho e a falta de tempo pelos resultados não atingidos. É hora de se apropriar da própria capacidade de reverter à crise a seu favor. O mundo corporativo nem sempre é justo, mas quem se dedica supera isso e vence, mais cedo ou mais tarde. Isso é um movimento do próprio mercado, que cada mais do que nunca quer o melhor serviço pelo melhor preço”, comenta a profissional. 

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney