Funcionários dos armazéns da Amazon dizem ser proibidos de ir ao banheiro e ter movimentos “controlados”

Ex-funcionários dos armazéns da empresa relatam condições "chocantes" e rígidas de trabalho, mas Amazon nega

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Anualmente, a Amazon é eleita uma das melhores empresas para se trabalhar em diversos países do mundo. Relatos de funcionários e ex-funcionários da Amazon, especificamente os que trabalham em seus armazéns e depósitos, mostram, entretanto, que a realidade não é tão boa quanto parece – pelo contrário: as condições de trabalho são “chocantes” e “desmoralizantes”, segundo alguns deles.

O jornalista britânico James Bloodworth foi um dos primeiros a comentar sobre a situação. Em 2016, ele trabalhou nos armazéns da empresa por cerca de um mês “disfarçado”, como parte da investigação que fez para escrever seu livro “Hired: Six months undercover in low-wage Britain” (em tradução livre para o português, “Contratado: seis meses disfarçado na Inglaterra de baixos salários), que analisa as condições de trabalho na Inglaterra.

Uma das situações dos armazéns da Amazon que mais o marcaram, ele contou ao Business Insider, foi ter encontrado uma garrafa de urina em uma das prateleiras do armazém – e que ela estava lá porque os funcionários tinham receio de não conseguir bater suas “metas rigorosas” se parassem seu trabalho para ir ao banheiro.

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Outro funcionário relatou ao site situação semelhante: de ter se incomodado com o cheiro de urina que emanava das latas de lixo do armazém e ter a confirmação de que funcionários urinavam nelas após checarem as câmeras de segurança. “Tomar água é uma preocupação para nós porque deixar de trabalhar para ir ao banheiro pode levar de 10 a 15 minutos. Essas ‘paradas’ são monitoradas e depois somos avisados”, contou.

Eles ainda dizem que se sentem como “robôs” por conta dos movimentos pré-determinados e repetitivos que, dizem, são monitorados por um dispositivo portátil, além de serem filmados durante todo o dia pelas câmeras de segurança espalhadas pelo armazém. Detectores de metal na entrada e saída do armazém também fariam parte da rotina.

Para o Business Insider e o jornalista, a Amazon negou as histórias contadas, dizendo que não são “corretas”. Também negou o monitoramento rígido de funcionário. Ela afirmou que “garante um local de trabalho positivo e seguro para centenas de pessoas” e “se os funcionários não atingem as metas esperadas, nós os damos apoio e coaching para que possam evoluir”.

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