Força Sindical ameaça fazer greve por reajuste salarial em março

Fiesp acredita que seja difícil conceder um dissídio emergencial, pois inflação também prejudicou empresas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Confirmando o anúncio feito nesta terça-feira, a Força Sindical lançou uma campanha emergencial para conseguir antecipar o reajuste salarial de todas as categorias profissionais.

Segundo representantes da Força, a campanha deve se acentuar no próximo mês, quando cogita, inclusive, greves para pressionar os empresários a negociar. A intenção antes de optar pelas greves, é, sem dúvida, buscar uma solução amigável com os empresários.

Mobilizando outras centrais sindicais

Através da mobilização de cerca de 2,6 milhões de trabalhadores paulistas, a Força Sindical acredita que poderá pressionar os sindicatos patronais a concederem um dissídio emergencial para os trabalhadores que tem data base no segundo semestre.

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Dentre as categorias que devem negociar a campanha salarial emergencial estão: metalúrgicos, químicos, têxteis, padeiros, telefônicos, alimentação e outros.
Para pressionar ainda mais os sindicatos patronais, a Força Sindical pretende propor às demais centrais sindicais que participem da campanha pelo dissídio emergencial.

Recompondo perdas com inflação

O dissídio de emergência busca compensar os trabalhadores das perdas que tiveram devido à inflação no ano passado. Para defender a decisão, a Força Sindical usou como exemplo as categorias dos metalúrgicos, cuja data base aconteceu em novembro, e que receberam na época um reajuste de cerca de 10%.

Contudo, se tomarmos a inflação medida pelo INPC do IBGE como base, nos 12 meses terminados em novembro do ano passado, a inflação era de 12,55%. Assim o reajuste de 10% implicou em perdas de 2,31%. Como a inflação de dezembro ficou em 2,70% e a previsão é de que a inflação acumulada de janeiro a fevereiro deve ficar em cerca de 3,63%, as perdas sobem para quase 9%.

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Fiesp não vê espaço para reajustes

Apesar de concordar que a inflação prejudica, sobretudo, os assalariados, o diretor do Departamento de Integração Sindical da Fiesp, Pedro Evangelinos, não acredita que seja possível conceder reajustes emergenciais, pois muitos setores da economia sofreram queda no lucro e na quantidade de horas trabalhadas.

Evangelinos lembrou que o aumento dos preços foi devido ao reajuste dos preços administrados e tarifas públicas, que também afetou as empresas, de forma que as empresas já foram penalizadas com a perda de margem e não existe possibilidade de reajustes agora.

Por sua vez, o negociador do Sindipeças (representante do setor de autopeças), Drausio Rangel, acredita que negociar um reajuste emergencial agora significaria alimentar ainda mais o aumento dos preços, que em última instância prejudicaria os trabalhadores. Exatamente por isto, Rangel acredita que não seja possível discutir reajustes sem crescimento da economia.