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SÃO PAULO – Mesmo quem não trabalha diretamente com a redação de textos tem que prestar atenção à língua portuguesa. Afinal, todos já precisaram alguma vez escrever e-mails, fazer relatórios ou, até mesmo, deixar recados para o chefe. E imagine que feio seria um erro de grafia! Por isso, o acordo ortográfico que ganhou o noticiário nos últimos dias se faz tão importante.
Ele passou a valer desde o primeiro dia de 2009 com o objetivo de integrar os países que falam a língua portuguesa: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. Desta forma, 220 milhões de pessoas ao redor do mundo que falam o idioma poderão se compreender melhor.
Mas a mudança é somente na forma de escrever. Quanto à fala, mesmo com mudanças na acentuação – lingüiça, por exemplo, perde o trema -, a pronúncia continua igual.
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Adoção
O Congresso brasileiro aprovou o acordo em 2001, depois de cerca de dez anos de discussões. O último país a aprová-lo foi São Tomé e Príncipe, em dezembro de 2006. A previsão é de que, até 2011, todos os livros brasileiros estejam adaptados às novas regras.
O governo, aliás, ainda deve demorar um pouco para adotar as novas regras, a exemplo da Casa Civil, que começará a atualizar o capítulo sobre ortografia de seu Manual de Redação somente neste mês. Quando terminado o trabalho é que textos oficiais, como os publicados no DOU (Diário Oficial da União), passarão a ter as novas regras, segundo informou a Agência Brasil.
Em relação à população em geral, o que se espera é que a adaptação seja feita aos poucos, à medida que os brasileiros usem as novas regras. Especialistas comentam que a grande dificuldade será a destruição de uma memória visual, uma vez que todos, desde pequenos, aprenderam e se acostumaram a escrever de uma forma.
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Quanto aos computadores, haverá desatualização dos corretores ortográficos até que se faça um pacote com as novas regras. Por isso, para quem já vai adotá-las, o que é indicado por especialistas, a atenção deve ser redobrada!
Novas regras
Os profissionais brasileiros também devem estar atentos às mudanças, uma vez que estão em contato direto com a língua diariamente. Para ajudar, confira abaixo as principais regras:
- O alfabeto passa a ter 26 letras, com a inclusão de k, w e y. Porém, quilo não passa a ser grafado com k. Na opinião da linguista Stella Bortoni, a mudança não seria produtiva ao português;
- O fim do trema, presente hoje em palavras como lingüiça, tranqüilo e bilíngüe. Palavras estrangeiras continuarão com trema;
- Nas palavras com duplo “o” ou “e”, o acento circunflexo deixa de existir, a exemplo de vôo e lêem;
- Saem os acentos agudos usados para diferenciar palavras como pára (verbo) e para (preposição), e o circunflexo usado em palavras terminadas em êem e ôo (enjôo, por exemplo), com exceção dos verbos pôr e pode, pois seria difícil identificar o tempo da frase. Ex.: na frase “o país pode alcançar um grande grau de progresso” não seria possível saber se estaria no presente ou passado;
- Palavras como assembléia e idéia perdem o agudo por serem ditongos abertos.
- Novas regras para o emprego do hífen. Por exemplo: nas palavras compostas, cujo segundo termo começa com “s” ou “r”, o hífen deixa de existir e a primeira letra da segunda palavra é duplicada, como contra-regra, que passa a ser grafada como contrarregra. Por outro lado, quando a primeira palavra terminar com r, mantém-se o hífen se a segunda começar com a mesma letra. Ex: hiper-relações.