Filme queimado: veja o que pode tirar um executivo do mercado

Erros realmente considerados graves no mercado são aqueles que denotam falta de ética do profissional

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Escândalos envolvendo executivos de grandes empresas, vira e mexe, são noticiados pela mídia. No entanto, há muitos que acabam não estampando a capa dos jornais. O resultado, porém, é sempre o mesmo: um executivo desempregado que encontra dificuldade de recolocação no mercado.

De acordo com a sócia da CT Partners, empresa de busca de executivos, Magui Lins de Castro, várias razões podem tirar um executivo do mercado.

Geralmente, antes de contratar alguém, as organizações buscam referências nas empresas pelas quais o candidato passou, com ex-colegas de trabalho e ex-chefes. Segundo ela, “as pessoas não costumam mentir”. Assim, se o executivo já cometeu um erro grave, a informação dificilmente é escondida.

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Os erros

Os erros considerados graves quase nunca são de natureza técnica, até porque as decisões de qualquer executivo passam pelo crivo de muitas pessoas, incluindo conselheiros e até acionistas. O que realmente pode “queimar o filme” de um executivo é a falta de ética.

Problemas de corrupção, roubo de informações e arquivos, assédio moral. A lista de possibilidades não é pequena. Magui explica que, se o caso for pontual e controverso, talvez o executivo não tenha dificuldade de encontrar um novo emprego. Por exemplo, ele tomou uma decisão ortodoxa, que foi contra a política da empresa, mas que não chegou a ser antiética.

Agora, o que realmente pode sujar a imagem desse profissional é o tratamento que ele dispensa a seus subordinados. “Se o executivo puxa o tapete das pessoas e não as trata como gostaria de ser tratado, deve se preparar. Isso porque todo mundo percebe quando alguém em cargo de chefia não está do lado das pessoas. E a atitude tem volta. Já se ele faz tudo direitinho, ninguém fala nada”, afirma a sócia da CT Partners.

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“O líder de hoje precisa ser carismático e educado. Caso não tenha carisma, ao menos, ele deve ser profissional”, diz ela.

Roubo de informações

Outro erro fatal é o roubo de arquivos e informações sigilosas. Embora a linha de separação neste caso seja tênue, já que a experiência do profissional, sua bagagem, pode se confundir com o conhecimento de informações estratégicas, é possível evitar problemas, mesmo quando se decide trabalhar em uma empresa concorrente.

Assim, se, por exemplo, alguém sai da Coca-Cola e vai para a Pepsi, ou sai da Vivo e vai para a Oi, conhecendo os planos da antiga empresa para os próximos três anos, o correto é não contar a ninguém o que sabe, muito embora, inevitavelmente, as informações retidas serão usadas na hora de tomar decisões que podem alavancar os negócios da atual empresa.

Magui conta que, justamente por conta da movimentação de executivos entre empresas concorrentes, muitas organizações fecham um contrato com determinados profissionais, que diz que, durante um ano, eles não podem abrir informações referentes à ex-empresa.

Por fim, na visão da especialista, CFOs (sigla de chief financial officer, em português, diretor financeiro), que amargaram recentemente as perdas financeiras de empresas brasileiras que apostaram nos derivativos de câmbio, não devem ter a carreira prejudicada. Não se sabe ao certo, mas o prognóstico é de que eles não tenham tomado a decisão sozinhos, já que grandes empresas contam com conselheiros e outros executivos. Então, fica o recado: erros realmente considerados graves no mercado são aqueles que denotam falta de ética do profissional.