Filhos da década de 1980: como são os líderes criados nessa época?

Eles assistiram à popularização do computador pessoal, do walkman, do videogame, atividades que estimulam o individualismo!

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Ela é chamada de década perdida, mas é marcada por grandes eventos sociais, políticos e culturais. Na década de 1980, foram popularizados o computador pessoal, o videocassete e o CD. O mundo assistiu à queda do Muro de Berlim (1989), que figurou o fim da Guerra Fria, e aplaudiu Michael Jackson e Madonna com mais força. A música eletrônica ganhou força.

No Brasil, vale destacar planos econômicos, que fizeram os poupadores amargarem perdas. O ataque do Riocentro, em meio à ditadura militar. A morte de Tancredo Neves. Enquanto tudo isso acontecia, jovens cresciam e formavam suas personalidades, influenciados pelo ambiente a que eram expostos.

Individualismo na formação

“O pessoal que hoje é líder viveu o boom da informática desta época”, afirmou o consultor de coaching da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Jonas Tokarski. Eles usaram os primeiros walkmans e ainda abusaram dos primeiros videogames, atividades um tanto quanto solitárias.

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Foi nessa época que começou a se disseminar o individualismo: eu ouço música sozinho, jogo videogame sozinho… Enfim, me isolo do mundo. “O pessoal formado nessa época foi criado em meio a um consumismo e individualismo. E isso influencia o caráter da pessoa”, afirmou o consultor de coaching.

Eles cresceram e…

Atualmente, muitas dessas pessoas estão em uma faixa etária entre 28 e 38 anos. Algumas ocupam posições de líderes em empresas e o resultado delas terem sido criadas na década de 1980 é que elas olham muito para si mesmas. “Eu preciso disso, eu preciso daquilo. É assim que pensam”, disse Tokarski. A equipe pode ser prejudicada por isso.

Outro comportamento é que esse profissional se vangloria muito, porque nasceu em um ambiente de competitividade. O eu tinha que se destacar. É o efeito do individualismo. Esta pessoa passará isto adiante na forma de cobrança, conforme explicou o consultor de coaching.

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Contornando a situação

Como o caráter e a personalidade de uma pessoa são formados pela criação familiar, o meio ambiente e as experiências pelas quais ela passa, cada “filho da década de 1980” se desenvolveu de maneira diferente quanto aos estímulos que lhe foram dados àquela época. Porém, em alguns ainda há resquícios do individualismo e da competitividade.

Por isso, Tokasrki acredita que qualquer pessoa que vá assumir um cargo de liderança tem que ser avaliada também pelo psicológico. “Para que seja um bom líder, tem que conhecer um pouco de psicologia. Não estudá-la, mas saber lidar com as pessoas. Senão, terá problema de comando e a produtividade da equipe vai cair”.