Faturamento do varejo fecha 2004 com avanço de 5,42%

Resultado ficou dentro do esperado e mostra desaceleração do setor nos últimos meses do ano; em julho, alta acumulada era de 7,38%

Waldeli Azevedo

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SÃO PAULO – O comércio registrou, em 2004, crescimento de 5,42%. A informação está na Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) divulgada nesta quinta-feira, dia 27.

O resultado não surpreendeu os economistas da entidade e mostra, apesar do crescimento, uma desaceleração nos últimos meses do ano, já que, em julho do ano passado, a alta acumulada era de 7,38%. Para a Fecomercio, o resultado apurado em 2004 não é tão significativo, sobretudo se considerado que a base de comparação é bastante fraca, visto que em 2003 o setor registrou queda de 3,8% no faturamento.

Crédito não garante crescimento a longo prazo

Ainda de acordo com a entidade, dois fatores levaram a este resultado: a grande expansão do volume real de crédito dos consumidores (pessoas físicas) e a redução do desemprego, motivada, principalmente, pelo ritmo de crescimento das exportações.

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No aspecto crédito, os economistas fazem um alerta: só este fator não garante crescimento por muito tempo. Isso porque há ainda o risco de o consumidor assumir mais dívidas e não conseguir cumprir com seus compromissos. Segundo Abram Szajman, presidente da entidade, “para que haja crescimento sustentado, é preciso um aumento maior da renda real e do emprego”.

Outra preocupação está relacionada diretamente à política monetária do Banco Central. Na opinião do presidente da Federação, a manutenção de uma política de juros deve prejudicar a confiança dos consumidores, as vendas e os investimentos.

Avanço por setor

Analisando o desempenho por segmento em 2004, o setor de eletrodomésticos registrou maior avanço, com alta de 18% no período, favorecida, segundo a entidade, pela crescente confiança do consumidor. A fraca base de comparação em 2003 também deve ser levada em consideração.

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Vestuários, tecidos e calçados registraram o segundo melhor resultado, com 16,89% de alta em relação ao ano anterior. As concessionárias de veículos assumiram a terceira colocação, com crescimento de 13,64%.

No sentido oposto, as lojas de autopeças e acessórios tiveram o pior resultado entre os setores analisados, com queda de 2,93% em 2004. O fato é atribuído às elevações internacionais de preços de produtos como o petróleo, aço e vidro. Porém, uma boa notícia: o segmento mostrou retomada em dezembro, já que na comparação com o mesmo mês de 2003, houve um avanço de 47,37%.