Faturamento das pequenas empresas de São Paulo cai 3% em julho

Apesar de retração no faturamento real de julho, ante igual mês de 2007, otimismo dos empresários ficou em alta

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As micro e pequenas empresas paulistas apresentaram retração de 3% no faturamento real de julho último, na comparação com o mesmo mês do ano passado, na série expurgada da inflação do período, segundo a pesquisa Indicadores Sebrae-SP realizada em parceria com a Fundação Seade e divulgada nesta quinta-feira (11).

Apesar deste resultado, o otimismo entre os empresários, em agosto, continuou em alta: 58% deles acreditam em uma melhora no seu faturamento nos próximos seis meses (contra 45% no mês anterior). Com relação à economia brasileira, no mês passado, 57% disseram apostar em um cenário melhor no próximo semestre. Em julho, esse percentual havia sido de 43%.

Na opinião do coordenador do Observatório das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae-SP, Marco Aurélio Bedê, o motivo da queda nos indicadores de faturamento é a base de comparação alta. “Nos últimos 12 meses, o faturamento das MPEs cresceu 4,3% em termos nominais, portanto, abaixo da inflação de 7,56%, medida pelo INPC calculado pelo IBGE. A correção dos preços das micro e pequenas empresas abaixo da inflação do período e o fato de julho do ano passado ter sido o melhor mês de julho desde 2003 explicam o resultado negativo neste último mês, em termos de faturamento real”.

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Por setores

Na comparação de julho deste ano com o mesmo mês de 2007, o comércio foi o único setor a apresentar estabilidade no faturamento real (+0,1%), enquanto os serviços e a indústria apresentaram quedas de 8,2% e 4,2%, respectivamente.

Regionalmente, o Grande ABC registrou a queda mais acentuada, de 15,1%, na comparação de 12 meses. A seguir, vêm a capital, com -6,2%, a Região Metropolitana de São Paulo, com -4,3%, e o interior (-1,8%).

Outro indicador que apresentou retração foi o de nível de pessoal. A queda foi de 5,7% na mesma base comparativa, levando em consideração a média por empresa. A saída de familiares e de sócios das empresas para o mercado de trabalho formal tem liderado a redução do número médio de pessoas ocupadas nas MPEs. Em julho de 2007, havia 4,32 pessoas em média, por empresa. Este ano, a média caiu para 4,07 pessoas.

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O rendimento real dos empregados acompanhou o cenário de retração, com redução de 1% em julho de 2008, na comparação com o mesmo mês de 2007. Trata-se da primeira queda no indicador desde janeiro de 2008. No mesmo período, o total gasto pelas MPEs com salários apresentou queda de 7,7%, reflexo da redução no número médio de pessoas ocupadas.

Comparação mensal

Na comparação mês a mês (julho contra junho de 2008), o faturamento real das MPEs registrou aumento de 5,5%. O comércio foi o setor que puxou o crescimento real no mês, de 12,2%, seguido com distância pela indústria, que fechou o mês com +2,4%. Já o setor de serviços teve redução de 4,4% no faturamento real.

Na mesma base de comparação, o rendimento real dos empregados das MPEs de SP teve redução de 2,1%. A média do pessoal ocupado, por empresa, apresentou variação negativa de 0,4% em julho ante o mês anterior. No mesmo período, os gastos das MPEs com salários apresentaram queda de 1%.

Cenário Econômico

Para os próximos meses, as previsões são de que a economia brasileira continue em crescimento, embora com taxas um pouco abaixo das que têm sido divulgadas. Um dos fatores que deve contribuir para essa desaceleração é o próprio aumento da inflação. “A inflação reduz o poder de compra da população, limita o consumo das famílias e tende a levar o governo a aumentar as taxas de juros, para controlar o aumento de preços”, explica Bedê.

Segundo o Banco Central, os analistas de mercado projetam uma inflação de 6,27% para 2008, medida pelo IPCA-IBGE. A meta estipulada para o IPCA em 2008 é de 4,5%, com 2 pontos porcentuais de tolerância.