Falta de profissionais qualificados pode atrapalhar crescimento dos BRICs

Segundo presidente de consultoria internacional, empresas crescem, mas não há pessoas para sustentar este avanço

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A falta de talentos será um desafio para os países emergentes, os chamados BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).

De acordo com o CEO da consultoria internacional Booz & Company, Shummet Banerji, a economia dos BRICs avança, as companhias crescem, mas não há pessoas para viabilizar esse crescimento de maneira sustentável. Ele explicou que, para resolver a questão, cada país toma um tipo de atitude. “Os chineses não investem apenas em universidades, mas em escolas técnicas, vocacionais, no aprendizado de idiomas. Olham dez anos para a frente”, afirmou.

No Brasil e na Índia, por sua vez, o principal desafio é encontrar profissionais de nível gerencial baixo. Na Índia, as indústrias e associações, cientes de que não podem contar com o governo para a questão, já garantem a solução para o problema. “A falta de talentos pode ser a maior restrição ao negócio, acima do capital ou da tecnologia”.

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Realidade Brasil

Enquanto a economia cresce no Brasil, muito se fala em apagão de talentos. Mas, ao contrário das empresas indianas, que enfrentam problema similar, as empresas daqui pouco têm feito para reverter a situação.

Elas até investem nos funcionários, mas muito pouco. De acordo com um estudo da consultoria Sextante Brasil, apenas 0,18% do faturamento líquido de uma organização é direcionado ao desenvolvimento ou treinamento de seus colaboradores. A pesquisa analisou uma amostra de 105 empresas, de 12 ramos de atividades diferentes, as quais, juntas, representam 27% do PIB brasileiro.

De acordo com o diretor de Projetos da Ricardo Xavier, Vladimir Araújo, no passado, quando o País passou por crises econômicas, muitos bons profissionais perderam seus empregos. “Depois, quando a economia se recuperou, as empresas identificaram a necessidade de reter os melhores talentos, uma vez que o mercado havia se tornado mais competitivo. Mas, como não tinham se preocupado em formar internamente seus talentos, começaram a exigir muito na seleção”, afirma.