Experiência apenas em empresa familiar impede busca por colocação?

Se não indicar comodismo, experiência em negócio da família é vista como qualquer outra e não representa problema

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Depois de ter terminado a faculdade, você logo começou a trabalhar na empresa de um parente. Com a intenção de ficar apenas alguns meses, acabou ficando bem mais tempo.

Imagine que você passou a vida inteira apenas nesta companhia, mas agora pretende buscar outras oportunidades no mercado de trabalho, seja porque o negócio não deu certo ou por escolha particular. Essa experiência pode ajudar ou atrapalhar seus objetivos?

De acordo com a consultora de Recursos Humanos do Grupo Catho, Gláucia Santos, ter apenas a experiência de trabalhar em empresa familiar pode ser prejudicial no momento da busca por uma colocação somente se o candidato mostrar certo comodismo.

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Sem desafios

Se ficar claro que a pessoa não buscou nenhum tipo de aprendizado diferenciado, trabalhar na empresa familiar vai ser visto de forma negativa.

Isto porque pode-se pensar que a pessoa ficou naquele posto por não querer novos desafios e por ter a segurança de não ser mandado embora porque tinha parentes na empresa. Este tipo de pensamento coloca em dúvida a competência do profissional.

O que deve ser feito para driblar esta realidade é sempre buscar mais aprendizado dentro da empresa familiar. Mude de cargos e de funções ou faça projetos inovadores. Mas deixe claro aos selecionadores estas atividades.

Depende do cargo

Segundo a consultora, se a pessoa ocupou durante todo o tempo cargos de chefia, isto pode ser visto como negativo no momento da busca por outra vaga no mercado de trabalho.

“O selecionador pode ver com preconceito porque esta pessoa terá mais dificuldades em lidar com a liderança dos outros e com a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)“, disse.

Esta pessoa ainda deve tomar cuidado com o comportamento. Isto porque, se antes tinha mais liberdade por estar num ambiente familiar, agora a relação é mais formal.

Deixe claro para o selecionador que sabe diferenciar estas duas situações, falando apenas quando perguntado e não conversando paralelamente durante a exposição de outros candidatos.