Existe espaço para o profissional que pretende montar uma livraria?

Segundo presidente da ANL, ainda tem muito espaço para os profissionais independentes, ao contrário do que muitos imaginam

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SÃO PAULO – Em 2009, pelo menos 2.980 livrarias operavam no mercado livreiro nacional. O número, que consta do estudo “O Diagnóstico do Setor Livreiro 2009”, apresentado na 20ª Convenção Nacional de Livrarias, submete ao seguinte registro: o Brasil tem uma livraria para cada 64.255 habitantes, enquanto a Unesco sugere uma livraria para cada 10 mil habitantes.

O mercado livreiro no Brasil, dominado pelas “megastores”, ainda possui muito espaço para a atuação empreendedora dos profissionais independentes, em oposição ao que muitos possam imaginar. “Existe uma demanda reprimida de leitores de livros, vimos isso na Bienal do Livro, que atraiu milhares de pessoas em São Paulo”, afirma o presidente da ANL (Associação Nacional de Livrarias), Vitor Tavares.

De acordo com Tavares, montar uma livraria independente não é só almejar retorno rápido, e sim difundir o material cultural entre a comunidade que se localiza o negócio.

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Nos mesmos moldes
A robusta concentração das grandes lojas do segmento livreiro sempre foi motivo de preocupação entre os “pequenos comerciantes”, porém, essa situação tende a ser conduzida de maneira mais branda. Tida como a “devoradora dos negócios” no setor, a “megastore” acaba por prestar um serviço indireto ao pequeno comerciante, sobretudo na forma apresentada de se operar e administrar os negócios.

“A livraria é um centro de cultura e de entretenimento. Em busca de um livro, os leitores têm a possibilidade de tomar um café, encontrar amigos e participar de eventos. O inverso também pode ser considerado: ao encontrar um local para tomar um café ou participar de algum evento, o consumidor interessado em produtos culturais acaba por comprar um ou mais livros. Foram as megastores que iniciaram esse processo”, reconhece Tavares.

Aderir aos mesmos moldes culturais dos grandes estabelecimentos serviu de escape para muitas livrarias que viviam péssimos momentos. Diante de um indicador como esse, eventos para comunidade, parcerias com os órgãos de cultura, escolas e editoras passaram a ser regra entre os livreiros independentes e ponto de partida para os iniciantes na área.

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Peso pesado
Segundo o presidente da ANL, o livreiro que abrir uma loja apenas para “vender livros” estará fadado ao fracasso. O especialista destaca que, para ter sucesso nesse meio, é necessário oferecer serviços, ter um bom acervo e preços, e estar localizado em um ponto chamativo da região que opera.

Pode-se dizer, nas palavras de Tavares, que as grandes empresas apostaram em uma fórmula que está dando resultado, que consiste em serviços especializados aos clientes, lançamentos exclusivos de livros, palestras, espaços para leitura, entre outras ações, tudo dentro do seu espaço comercial.

“Um livreiro independente tem de ter o seu foco estabelecido, de maneira que busque atender a demanda do ambiente em que se encontra, o que representa atrair o público-alvo para a sua loja”.

Páginas do sucesso
O sucesso de uma livraria está no acervo que ela dispõe, revela Tavares. Mas para atingir uma diversidade que caia no gosto do consumidor, o profissional deve visitar feiras do ramo, pesquisar outras lojas, e entender o que o mercado procura.

“Fora isso, este empreendedor precisa praticar ações que exponham sua marca ao público. Entre elas estão: cadastrar o e-mail nas grandes editoras, nas distribuidoras e nos eventos; ter um site; imprimir folhetos; criar um e-mail marketing, enfim, tentar se espelhar em profissionais de sucesso”, finaliza.