Executivos perdem cada vez mais espaço em conselhos administrativos

Prática de ter diretor da empresa no conselho não é indicada por Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, aqui no Brasil cada vez mais os executivos perdem espaço nos conselhos administrativos das empresas, o que é inclusive recomendado pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

“Até é possível ter diretores ou executivos nos conselhos administrativos, não que isso seja recomendável”, afirmou a diretora executiva do IBGC, Heloísa Bedicks. “Nosso manual de boas práticas diz que o conselho tem de ser formado por conselheiros independentes”.

De acordo com ela, no Brasil, o executivo pode ou não participar do conselho administrativo, mas cada vez mais eles têm optado pelo não. Mais de 60% das empresas no Brasil têm diferença entre a pessoa que preside a empresa e o conselho administrativo, o que não acontece nos EUA.

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Ela explicou que é complicado não haver essa distinção porque, dentre as atribuições do conselho, está a de monitorar a gestão da empresa e, se o presidente está na discussão disso, acaba existindo um conflito de interesses.

Realidade norte-americana

Heloísa explicou que, nos Estados Unidos, é cultural que a mesma pessoa que ocupa a presidência da empresa esteja no conselho administrativo, o que costuma ser bastante criticado em todo o mundo. “Se eu tenho de monitorar o trabalho que faço, é algo parcial. É melhor alguém isento fazer isso”, destacou a diretora executiva.

O que acontece nos EUA, de acordo com ela, é que a cultura de querer ter cada vez mais poder faz com que os executivos exijam, no momento da contratação, os dois cargos: diretor da empresa e presidente do conselho de administração.

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Porém, de acordo com ela, isso tem melhorado nos últimos anos, principalmente pela pressão exercida pelos próprios acionistas da empresa. “Nesse ponto, estamos mais avançados”, disse a diretora do IBGC.