Excesso de trabalho e esforço repetitivo auxiliam no surgimento da LER

Segundo o Ministério da Previdência, doenças do sistema osteomuscular responderam por 30% dos auxílios-doença em 2009

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SÃO PAULO – A informatização do trabalho, a falta de postura e a escassez de atividades físicas expõem o profissional a uma série de problemas musculares. Derivados do esforço repetitivo, estresse ou trabalho excessivo, os sintomas da LER (Lesões por Esforços Repetitivos) podem não demorar para aparecer.

De acordo com o Ministério da Previdência, dos 312.872 auxílios-doença acidentários concedidos em 2009, a categoria “Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo” respondeu por 93.934, o equivalente a 30% do total.

“Os profissionais exercem a mesma função o tempo todo, sem descanso e sem algum tipo de alongamento. A chance das dores aparecerem é muito maior”, afirma o reumatologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Daniel Brito de Araújo.

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Engana-se quem pensa que a LER só aparece em indivíduos que passam horas no computador. Segundo o médico, qualquer exposição à vibração, a um ruído e a fatores ambientais pode ser um agravante da situação.

Avise a chefia o mais rápido possível!
Quando a incidência de dores for constante, talvez seja a hora de procurar ajuda médica na empresa. Dores localizadas ou generalizadas, desconforto e fadiga são alguns dos sintomas iniciais. As chances de recuperação serão muito maiores se a LER for tratada nos seus primeiros estágios.

O publicitário João de Castro escondeu as frequentes dores musculares por mais de um mês. Até que em um dia, seu chefe o escalou para uma tarefa importante, que demandava horas e muitos cliques no teclado do computador.

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“Não conseguia me concentrar em nada. A dor era tanta, pois havia escondido dos meus chefes, que na hora de pegar um trabalho importante não tinha condições de exercê-lo”, afirma.

“A diminuição da capacidade física passa a ser percebida no trabalho e fora dele, nas atividades cotidianas”, explica o reumatologista. 

Prazo de validade
A vontade de se recuperar do profissional é proporcional ao desejo de continuar desempenhando a função na empresa. Tudo isso retarda a recuperação do trabalhador. Na avaliação de Araújo, os funcionários que não se sentem mais realizados dentro de uma companhia estão mais suscetíveis à dor.

“Existem casos em que apenas em 15 dias resolve-se um problema. Não dá para definir em quanto tempo deve ser o processo de recuperação, mas tudo irá depender também da vontade do profissional”, pondera o médico.

De todo modo, o paciente deve tomar certos cuidados. Segundo Araújo, dependendo da doença e do grau da lesão, a LER pode deixar sequelas.

Uma vez que esse profissional voltar ao trabalho, ele deverá diminuir o ritmo das funções, colocar intervalos de descanso, fazer revezamento nas tarefas, entre outras coisas.

Áreas onde a LER costuma aparecer
Esse tipo de lesão é formado por centenas de doenças que atingem os músculos do indivíduo, por isso não existe uma ou outra profissão potencialmente marcada pela LER. Entretanto, em algumas funções, o diagnóstico pode aparecer de maneira acelerada, frente a outras.

“Pessoas que usam o PC de maneira geral têm esse tipo de lesão. Soldadores, cabeleireiros, entre outros, que realizam movimentos específicos, fazem parte desse grupo”, explica o médico.