Excesso de motivação pode prejudicar o profissional

Profissional muito motivado tende a se considerar super valorizado na empresa, o que é prejudicial tanto para a pessoa, quanto para empregador

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – É comum ouvir que profissionais desmotivados não produzem bem, não são proativos, além de serem considerados desanimados. Mas, assim como a falta de motivação, o excesso também pode atrapalhar a carreira.

A consultora de Planejamento de Carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Rachel de Carvalho Vieira, explica que o profissional muito motivado tende a se considerar super valorizado na empresa, o que é prejudicial tanto para a pessoa, como para o empregador.

Ao se considerar muito importante, o profissional pode esnobar a empresa, acreditando que há empregos melhores, ou até mesmo crer que seus conhecimentos profissionais podem ser muito reconhecidos pelo mercado de trabalho. 

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Além disso, ela acrescenta que esse profissional pode seguir dois diferentes caminhos. “Ou as pessoas atropelam o andamento natural dos ciclos da carreira, assumindo cada vez mais atividades sem dar conta, gerando má qualidade do trabalho, ou elas entram na chamada zona de conforto”, afirma.

Comparação com o futebol
Essa situação não é uma exclusividade do mundo corporativo. Nos campos de futebol, o excesso de motivação pode interferir no resultado do jogo.

“Sempre que o Brasil entra em campo, a torcida espera um espetáculo. Ganhar, para o torcedor brasileiro, não basta. Ele espera pedalada, gols de placa e vencer de goleada”, afirma o professor de Educação Física da UnB (Universidade de Brasília), Alcir Sanches.

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Ele acrescenta ainda que as pressões da torcida e até das outras equipes, da imprensa e o próprio favoritismo do Brasil geram um estresse descomunal nos jogadores e em toda a comissão.

“Nós temos a cultura de não aceitar uma medalha de prata. Como se ficar em segundo lugar não fosse um mérito. Temos sempre que estar no topo. É uma pressão muito grande e exige preparação dos jogadores para estarem entregues na partida”, acrescenta a professora de Educação Física da UnB, Rossana Benck.

Estresse
Outro fator comum entre os jogadores e os profissionais é o estresse. Uma pesquisa realizada por Sanches aponta que esse sentimento pode ser relacionado com a derrota.

O professor analisou reações de 472 jogadores de futebol do Distrito Federal e uma das conclusões é que o estresse pode ser decisivo no rendimento esportivo. Jogar machucado, em uma posição improvisada e com um grupo desunido foram algumas das situações apontadas como as principais causas de estresse entre os atletas.