Estudo: As empresas que podem reverter o desemprego no Brasil

Empresas de alto crescimento geraram 46,7% dos postos de trabalho entre 2011 e 2014

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – As empresas mais responsáveis pela geração de empregos no Brasil estão, principalmente, nos setores de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 26,5%, mais especificamente, concentradas nesta atividade.

O instituto lançou, em parceria com a Endeavor, o estudo Estatísticas de Empreendedorismo na última sexta-feira, 18 de novembro. Os dados revelaram que as empresas de alto crescimento (que aumentaram em ao menos 20% ao ano o número de funcionários por pelo menos 3 anos) foram responsáveis por 46,7% dos novos postos de trabalho entre 2011 e 2014 – período analisado.

Em três anos, de 2011 para 2014, o pessoal assalariado dentro das empresas desse grupo passou de 1,6 milhão de pessoas para 4,4 milhões. A variação, portanto, foi de 175%. Vale lembrar que 2014 foi um ano positivo em termos gerais: ao final daquele ano, o país chegou à menor taxa de desemprego já registrada.

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Em valor bruto, essas empresas geraram R$ 241,4 bilhões em 2014, o que significa 12,8% do total de R$ 1,8 trilhão gerado nas empresas ativas com 10 ou mais assalariados.

Isso significa que essas são as empresas com maior potencial real para reverter o desemprego no país, que em agosto chegou ao patamar de 12 milhões de pessoas, ou 11,8%.

“Entre 2011 e 2014, as empresas de alto crescimento apresentaram um crescimento de 175,0% no pessoal ocupado, passando de 1,6 milhão de pessoas em 2011, para 4,4 milhões em 2014, um incremento de 2,8 milhões de postos de trabalho”, aponta o estudo, enviado à imprensa.

A má notícia, porém, é que o número de empresas que se encaixam nessa categoria do alto crescimento diminuiu por dois anos seguidos. Em 2013 a redução foi de 5,2%, e em 2014 este recuo chegou a 6,4%.

“Também houve redução na proporção de pessoal ocupado assalariado, em relação às empresas ativas com uma pessoa assalariada ou mais, no período de 2012 a 2014, passando de 15,6%, em 2012, para 14,2%, em 2013, e atingindo 12,7%, em 2014”, continua o relatório.

Quais são essas empresas?

No último ano dessa pesquisa, mais da metade (53,4%) das empresas de alto desempenho tinha entre 10 e 49 empregados.

Por atividade econômica, as três principais seções foram comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (26,5%); indústrias de transformação (20,5%); e construção (12,2%).

A maior concentração de unidades locais de empresas de alto crescimento está na região Sudeste do país, com 48,0%. O mesmo acontece em termos de população ocupada nessas empresas (50,8%).

No entanto, a representatividade das unidades locais de empresas de alto crescimento em relação às unidades locais de empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas é maior na região Norte (9,4%), seguida por Centro-Oeste (9,2%), Nordeste (8,9%), Sul (8,2%) e Sudeste (7,9%).

No caso da representatividade em termos de pessoal ocupado, o Norte também aparece em primeiro, com 19,3%, seguido por Nordeste (18,6%), Centro-Oeste (17,4%), Sudeste (14,6%) e Sul (12,8%).

Alto crescimento contínuo

Já em termos de crescimento contínuo durante todo o período analisado, quatro seções concentraram 69,4% das empresas. Foram eles: comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (23,3%); indústrias de transformação (19,7%); construção (14,6%); e atividades administrativas e serviços complementares (11,7%).

“Independentemente do porte, empresas com idade entre 10 e 20 anos concentraram o maior número de empresas de alto crescimento contínuo (47,4%) e de pessoal ocupado assalariado (46,8%)”, continua a publicação. Predominaram, nesse quesito, empresas com 50 a 249 pessoas ocupadas assalariadas.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney