Estagiar no primeiro ano da faculdade não é a melhor estratégia, diz professora

O mais recomendado é que o aluno espere para estagiar no terceiro ano; no início, vale mais se dedicar aos estudos

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – Entrar na faculdade é o passo inicial para o desenvolvimento de uma carreira. Na sequência, é preciso pensar em obter experiência profissional, por meio de estágios, principalmente. Mas quando é a hora certa de começar a procurar uma oportunidade no mercado de trabalho?

De acordo com a professora e coordenadora do curso de Administração da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Elisabete Adami, o mais indicado é o aluno esperar para começar a estagiar a partir do terceiro ano. Essa espera tem alguns bons motivos.

Em primeiro lugar, não é recomendável iniciar um trabalho já no primeiro ano, pois é importante que o aluno estude e se dedique o máximo possível à graduação. De acordo com Elisabete, a maioria das faculdades no Brasil é muito fraca, justamente porque sabe que os estudantes precisam trabalhar para ajudar em casa ou mesmo para pagar a faculdade.

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No começo
Esse baixo nível do Ensino Superior exige que os estudantes se dediquem mais do que a faculdade demanda. Portanto, para aqueles jovens que têm condições de apenas estudar, a sugestão é que priorizem o estudo e não a experiência profissional, nos primeiros semestres da graduação.

Outro motivo para que um estágio muito cedo não seja recomendado é o impacto que isso pode causar na vida do jovem. Na prática, Elisabete explica que muitos estudantes começam a ganhar dinheiro com o estágio ou mesmo com empregos que não estão relacionados à sua graduação, como vendedores, e deixam os estudos de lado.

“O trabalho afeta os estudos, eles se entusiasmam por estarem ganhando dinheiro”, afirma Elisabete. Muitas faculdades, inclusive, oferecem cursos integrais, entre outros motivos, para que os alunos não trabalhem tão cedo. Além disso, os estágio obrigatórios, exigidos pelas faculdades, são estabelecidos para serem realizados nos últimos semestres do curso.

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Por fim, um outro fato que corrobora a visão de que estagiar muito cedo não é vantajoso são as próprias oportunidades oferecidas aos estudantes de primeiro ano. Oportunidades como atendente de call center, por exemplo, não necessariamente vão contribuir para o desenvolvimento profissional.

Elisabete reconhece que, se o estudante tiver uma oportunidade que realmente vá contribuir para sua formação e, além disso, estiver disposto a se dedicar aos estudos, ele pode começar a estagiar já no primeiro ano. Caso contrário, é mais interessante considerar outras alternativas. Trabalhar em uma empresa junior ou se dedicar a uma iniciação científica são algumas delas.

E os cursos técnicos?
Para quem faz cursos técnicos, a realidade é outra. A pessoa que estiver fazendo um curso técnico tem de buscar uma posição no mercado de trabalho o mais cedo possível. “O curso é rápido e tem uma característica técnica muito forte”, observa Elisabete.

Se ele não estiver no mercado de trabalho, pode perder os assuntos do momento, ou seja, se desatualiza muito rápido. “Gestão ambiental, comercio exterior, mídias digitais e tecnologia são exemplos de cursos que exigem a presença do profissional no mercado”, explica Elisabete.