Esses requisitos eram comuns para vagas de emprego, mas hoje estão fora de moda

Renato Trindade, gerente da Page Personnel, citou alguns deles

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Um levantamento da consultoria Page Personnel aponta que requisitos e critérios que já foram muito usados em seleções de emprego hoje estão em desuso e “fora de moda”. É um resultado de mudanças no mercado de trabalho e culturais que refletem também na forma como currículos são montados – algumas das informações que antes eram “indispensáveis” hoje não são necessárias.

“Nós conseguimos detectar durante as entrevistas o que realmente importa às empresas e o que elas buscam em um candidato. A exigência hoje é diferente: são valorizados candidatos com resiliência, proatividade, entrega e boa qualificação comportamental”, explicou Renato Trindade, gerente da Page Personnel.

Entre os requisitos que de candidatos que foram “eliminados” do mercado estão a formação em uma faculdade de primeira linha, demissões e até a idade, segundo o consultor. Ele mencionou outros que não são mais usados e explicou o porquê:

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Pouco tempo em um mesmo emprego
Antes, candidatos que tivessem trabalhado por um curto período de tempo em uma mesma empresa não eram bem vistos pelos avaliadores, que entendiam que ela não tinha estabilidade em seus empregos. Hoje, entretanto, o entendimento que têm já não é negativo.

“Se um profissional fica menos de dois anos numa empresa, é preciso entender o motivo dos dois lados. Hoje um candidato é movido a trocar de emprego por desafios que perpassam a proposta salarial”, explicou Renato.

Nervosismo na entrevista presencial
Segundo Renato, se hoje o candidato mostra estar nervoso com a entrevista, o recrutador procura conversar mais com ele e utilizar técnicas que “o deixem mais à vontade”. “Ficar nervoso durante uma entrevista é comum, o que não pode é que essa sensação se prolongue muito e comprometa a conversa”.

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Pretensão salarial
Muitas empresas antes pediam para que os candidatos indicassem o quanto pretendiam receber de salário para poder atender às expectativas dos candidatos – e também para avaliar se estava alinhado com a política salarial da empresa. Hoje, essa informação já não é tão comum.

Idade
Se antes profissionais mais velhos eram “descartados” mais facilmente pelas empresas, hoje isso não acontece com tanta frequência.

“Com o aumento da expectativa de vida, profissionais mais velhos e experientes frequentam e frequentarão o mercado de trabalho. Hoje os profissionais mais experientes são bem avaliados pelo mercado porque já passaram por crises, momentos adversos e situações de risco e pressão. A experiência deles ajuda bastante em momentos como esses”, explicou Renato.

Ter formação em faculdade de primeira linha
“Não adianta nada o candidato frequentar uma faculdade de primeira linha e não ter uma entrega de primeira linha. O mercado olha e avalia mais o que esse profissional tem para entregar em questões de resultados do que simplesmente ver onde ele estudou. Hoje vale muito mais um profissional com bom desempenho e dedicação”, explicou Trindade.

Demissões
Antes, o candidato poderia passar uma má impressão se já tivesse sido demitido de algum outro emprego. Hoje, entretanto, isso não significa mais sinônimo de fracasso.

“É muito comum que um profissional tenha experiência em diferentes empresas. Era comum que um executivo fizesse carreira numa mesma empresa e por lá permanecesse por 20 ou 30 anos. Agora, por diversas questões conjunturais, como crise, adequação de equipe, perfil inadequado, impactam na demissão de um funcionário. E não é demérito nenhum ser demitido nesses casos”, disse o gerente.

Filhos
Mulheres que mencionassem que tinham filhos podiam dar a entender que deram uma “pausa” na carreira – e muitas empresas optavam por não contrata-las com o receio de que trabalhassem menos por conta dos filhos. Felizmente, isso mudou.

“Não há mais essa mentalidade tanto de mulheres como do mercado. As empresas evoluíram e até estimulam suas profissionais por meio de programas e benefícios. O home office, a licença-maternidade, a flexibilidade de horário e outras ações ajudam a acolher e deixar a mulher mais segura diante da maternidade”, aponta o consultor.