SÃO PAULO – Desde o mês de setembro do ano passado, a realização de empréstimos consignados por telefone está proibida. No entanto, muitos bancos e financeiras continuam com a prática.
Segundo a técnica do Procon-SP, Ana Paula Satcheki, as empresas não efetivam a operação por telefone, uma vez que precisam de uma prova física do empréstimo, mas fazem toda a abordagem e negociação desta maneira.
“Depois de convencer o cliente, os bancos e financeiras enviam um mensageiro com o contrato do empréstimo consignado apenas para ele assinar”, explica a técnica.
Quem quer dinheiro?
De acordo com Ana Paula, o Procon-SP recebeu mais de 200 denúncias envolvendo o crédito consignado de julho de 2005 a julho deste ano. “As pessoas chegam reclamando de papéis que receberam na rua e de telefonemas indesejados”, diz.
Além disso, a especialista afirma que estamos vivendo uma época de abusos, em que o crédito virou um produto, oferecido em todos os lugares. “As empresas abordam os consumidores perguntando se eles precisam de dinheiro, e é claro que todo mundo sempre precisa de dinheiro”, argumenta.
Idosos são as maiores vítimas
E no “mercado do crédito”, os aposentados, sobretudo os idosos, são as maiores vítimas dos bancos e financeiras que oferecem crédito consignado por telefone, além de caírem mais fácil nos golpes dos fraudadores.
“As pessoas de idade mais avançada são mais vulneráveis por ficarem mais em casa e por terem menos instrução e paciência”, esclarece a técnica.
O que o consumidor pode fazer contra isso?
Caso alguém se sinta lesado por conta do marketing agressivo, precisa procurar um órgão de proteção ao consumidor, como o próprio Procon-SP, e registrar a reclamação, que é muito importante para que algo seja feito contra os infratores.
“Na maior parte dos casos, os clientes vêm reclamar de empréstimos que não contrataram ou de algo que foi prometido e não cumprido. Entretanto, qualquer um pode, e deve, questionar o marketing agressivo”, conclui Ana Paula Satcheki.