Empresas só vão se decidir sobre programa de proteção ao emprego após regras

A Unica, representante das empresas do setor de açúcar e álcool, disse ser a favor de toda ação que tenha como objetivo evitar o desemprego

Estadão Conteúdo

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Empresas e associações ligadas aos setores que fazem parte do primeiro grupo alvo do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) ainda aguardam a divulgação das regras oficiais para definir se vão aderir ao PPE, criado para evitar demissões e como alternativa ao lay-off (suspensão dos contratos de trabalho).

A Unica, representante das empresas do setor de açúcar e álcool, disse ser a favor de toda ação que tenha como objetivo evitar o desemprego. “A entidade considera que o PPE pode ser um mecanismo importante de proteção aos trabalhadores neste momento de crise, evitando, inclusive, possíveis demissões e processos de lay-off.” Ressalta, contudo, que aguarda as regras e os critérios para adesão. Estão no primeiro grupo, além do setor sucroalcooleiro, a indústria automobilística, de componentes eletrônicos, metalurgia e química.

Entre as montadoras, Fiat, Volkswagen e Mercedes-Benz ainda avaliam se vão aderir. A MAN, de Resende (RJ), afirmou não ter interesse, pois já adota medidas como lay-off e redução de jornada e salários em 10%. O alvo principal do PPE são empresas com programas de lay-off. Só as montadoras têm 7,4 mil operários com contratos suspensos.

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“O PPE é bom porque dá garantia de emprego por um período, mas é ruim porque reduz o salário”, diz Maitê Maia. “De qualquer forma, é melhor receber menos do que nada.”

Maitê, de 21 anos, é operária da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) há cinco anos. Casada e mãe de um bebê de 7 meses, trabalha na produção do Gol e está no grupo de 2.357 funcionários que estão em lay-off desde segunda-feira. Para ela, o lay-off é vantagem porque o salário não foi reduzido.

Valdemar Ferreira dos Santos, de 47 anos, trabalha no setor de tapeçaria da General Motors em São José dos Campos (SP) há 20 anos e está em lay-off desde março. “Não concordo com o PPE. Acho que há outras medidas que poderiam ser adotadas que não significam arrocho para os trabalhadores.”

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Na fábrica de São Caetano do Sul (SP), a GM está demitindo cerca de 400 trabalhadores, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos local. A maior parte estava no grupo de 819 operários em lay-off desde novembro. A outra metade do grupo, que deveria voltar ao trabalho na segunda-feira, teve o prazo do programa prorrogado até outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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