Empresas pagam bônus e viagem a quem indicar amigo na empresa

Mas não basta apenas encaminhar o currículo, o indicado tem que ser aprovado no processo seletivo e passar pela experiência

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – Foi se o tempo em que o famoso QI (Quem Indica) era mal visto no mercado de trabalho. Hoje, a situação é bem diferente. Algumas empresa até recompensam, com pagamento de bônus ou viagem, o profissional que indicar um amigo para trabalhar na organização.

Mas não basta apenas encaminhar o currículo, o indicado tem que ser aprovado no processo seletivo. Em alguns casos, o bônus ou a viagem só vale se o novo contratado passar pelo período de experiência, ou seja 90 dias. É o caso da Tecnisa.

A empresa do ramo imobiliário paga R$ 250 no caso de aprovação do amigo. O programa denominado de C.R.I.A.R (Construir, Recrutar, Indicar, Acompanhar e Remunerar) surgiu devido uma necessidade que a incorporadora tinha para contratar profissionais.

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“O setor imobiliário sofre com a falta de profissionais qualificados. Com o programa, a base de divulgação aumenta. Em vez de ser uma única empresa recrutando, são 700 entrevistadores, que seus os próprios colaboradores” explica o diretor de RH (Recursos Humanos) da Tecnisa, Marcello Zappia.

Desde da implantação do programa, em maio, o departamento de RH já recebeu mais de 280 currículos indicados. Destes, seis pessoas foram contratadas. Outra vantagem, destaca Zappia, é que o tempo total do processo de contratação reduziu. “De 20 dias, caiu para 6 dias. Isso porque a base de seleção é maior”.

Já a GetNinjas, empresa do setor de tecnologia, gratifica o profissional com uma viagem a um hotel fazenda, durante um final de semana, quando o indicado é contratado. A escolha da viagem é por acreditar que o profissional guardará uma boa recordação da empresa. “O dinheiro ele gasta e esquece. Já a viagem não. Ele ainda pode levar a namorada ou a esposa”, afirma o presidente da organização, Eduardo L’Hotellier.

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O empresário conta que a participação da família é importante porque a rotina dos profissionais é muito puxada, trabalhando durante os finais de semana, feriados e até altas horas da madrugada.

Vantagens e desvantagens
Além de aumentar o número de currículos, pedir indicação dos colaboradores é uma maneira de acertar na contratação, isso porque o próprio profissional consegue perceber se o amigo se identificaria com a cultura da empresa. “Ele sabe quem tem o perfil”, afirma o gerente de Recursos Humanos da Hays, André Magro.

Outra vantagem, apontada pelo especialista, é que este tipo de programa motiva os colaboradores. “Ninguém indica um amigo se não gostar da empresa. É uma maneira de envolver o profissional”.

Mas para que o programa seja positivo é necessário ficar atento a alguns fatores. O primeiro, segundo a consultora da Doers, Daniela Orefice, é que o regulamento para participação esteja bem claro. Se houver falha na comunicação, o programa perde credibilidade.

O segundo ponto é sobre o valor da recompensa. Se for em dinheiro, ela explica que a premiação não deve ser muito alta. “Se for um valor que faz diferença no salário, o profissional pode deixar de fazer as suas atividades para ficar só indicando pessoas”.