Empresas e entidades buscam movimentar mercado de engenharia

Brasil possui cerca de 600 mil engenheiros registrados e forma outros 30 mil ao ano. Enquanto isso, a China forma 400 mil

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SÃO PAULO – Estimativas da CNI (Confederação Nacional da Indústria) revelam a fragilidade na formação de engenheiros no Brasil para o futuro. Em 2012, haverá 150 mil vagas para estes profissionais não preenchidas no País.

Atualmente, o Brasil possui cerca de 600 mil engenheiros registrados e forma outros 30 mil ao ano. Enquanto isso, a China forma 400 mil e a Índia, 300 mil.

Como forma de reverter este cenário, o setor privado e entidades vêm desenvolvendo iniciativas para minimizar o impacto da escassez da mão de obra especializada.

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Ensino
A Fundação Estudar, entidade criada em 1991 para apoiar estudantes, incluiu em seu processo seletivo a disciplina de engenharia. Cerca de 39 estudantes de engenharia já integram a instituição, correspondente a 37% do total de bolsas concedidas nos últimos três anos.

Neste ano, mais de 50% dos 24 estudantes escolhidos, entre mais de 4 mil inscritos, cursam a área. Ou seja, interessados não faltam.

“Entendemos que todas as especialidades de engenharia são fundamentais para o desenvolvimento produtivo do país, seja por meio do planejamento de obras de infraestrutura, para a melhoria da produção de empresas e para o desenvolvimento de produtos e soluções que melhorem a qualidade de vida da população”, afirma a diretora executiva da Fundação Estudar, Thais Junqueira.

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Empresas
A Algar Telecom, especializada em serviços de telefonia, internet banda larga (3G e ADSL), comunicação de dados e TV via satélite (DTH), investe entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões em treinamentos específicos.

“Nós percebemos um deficit de mão de obra high-tec, já que o setor de Telecom apresenta um crescimento vigoroso. Optamos então por contratar um profissional recém-formado e treiná-lo diante nossas necessidades”, afirma o coordenador de Talentos Humanos da Algar Telecom, Paulo Dias.

Seguindo pelo mesmo caminho, a Engeset, empresa desenvolvedora de projetos de implantação de rede de fibra ótica com 18 mil quilômetros em todo território nacional, desenvolveu um programa de formação para investir em estagiários de engenharia.

A lista do programa inclui desde palestras com foco na prática a auxílio-educação de 50%. Em 2010, a empresa contratou uma consultoria para mapear aptidões, competências e perfil de liderança dos jovens profissionais.

“A maioria dos nossos associados tem formação em engenharia e atuamos num mercado com muitas particularidades – redes de fibra ótica. Por isso, precisamos de educação continuada, já que a atualização técnica neste setor é demanda constante”, afirma a analista de Talentos Humanos da Engeset Maria Luiza Gomes.

Foram investidos, somente em agosto deste ano, R$ 465 mil em auxílio-educação e treinamento dos estagiários e trainees. 

Mão na massa
Existem empresas que foram mais além na busca por engenheiros. É o caso da Rohr, especializada em engenharia de acesso e construção.

A companhia encontrou duas soluções para diminuir o problema da falta de mão de obra especializada: treinamento prático e contratação com foco em formação. 

Fora isso, foi firmada uma parceria com o IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo), que disponibilizou equipamentos para que os alunos possam montá-los e desmontá-los dentro do instituto, com o objetivo de incentivar a prática desde o processo de formação.

“Não adianta ampliar a oferta de máquinas e não ter equipe especializada. Vamos formar mão de obra técnica, porque está faltando especialista no mercado”, afirma o vice-presidente executivo da empresa, Fernando Canteruccio.