Empregos: momento é promissor para jovens e pessoas acima de 50 anos

Tendência se reflete na previdência social: número de contribuintes até 19 anos cresceu 20,5% em um ano

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Enquanto busca novos talentos, as empresas brasileiras ainda dão oportunidades para aqueles profissionais com idade acima de 50 anos, o que reflete no quadro de contribuintes da Previdência Social.

De acordo com o anuário estatístico da Previdência, divulgado na quinta-feira (2), o aumento do número de contribuintes é mais acentuado entre pessoas com até 19 anos de idade e as que possuem entre 50 e 59 anos.

Os dados revelam que, entre 2006 e 2007, o número de jovens com até 19 anos de idade que contribuíam para o sistema social de aposentadoria cresceu 20,54%. Entre aqueles com idade de 55 a 59 anos, o avanço foi de 11,03%.

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“Estamos assistindo, com o crescimento econômico, à geração do primeiro emprego. E, na outra faixa, às pessoas com maior experiência voltando ao mercado de trabalho, por conta dessa necessidade de mão-de-obra mais qualificada”, explicou o ministro da Previdência, José Pimentel, segundo a Agência Brasil.

Onde estão as oportunidades?

O anuário ainda revelou que as oportunidades para o público jovem, ou aquele que busca o primeira emprego, está nas micro e pequenas empresas, principais responsáveis pela contratação desta parcela da população brasileira. Por outro lado, empresas da área de tecnologia e de exportação estão empregando mais as pessoas acima de 50 anos de idade.

Reflexo do crescimento econômico

A economia brasileira está crescendo e demandando mais profissionais qualificados. A educação da população, por sua vez, não avançou em qualidade, nem em abrangência, na mesma proporção. Com isso, há um apagão de talentos, principal desafio encontrado entre profissionais de RH e empresários.

Para preencher esta lacuna, as empresas vão em busca de novos talentos. Como nem sempre elas encontram, a alternativa é manter aqueles com idade mais avançada, que possuem mais experiência.

Para se ter uma idéia, em pesquisa realizada pela consultoria especializada em capital humano DBM, 33 dos 179 profissionais de recursos humanos entrevistados disseram que tiveram que trazer de volta profissionais aposentados, para fazer frente ao apagão de talentos com o qual lidavam.

Em cinco desses casos, os executivos contratados novamente retornaram para assumir posições estratégicas, no conselho administrativo ou no alto escalão da empresa. Nos demais casos registrados, os aposentados retornaram para posições operacionais, para as quais não se encontrava profissionais com a mesma expertise.