Esse é o salário necessário para ser completamente feliz, segundo a ciência

Um estudo publicado pela revista Nature Human Behavior, elaborado por psicólogos norte-americanos mostra que dinheiro pode, sim, comprar felicidade

Júlia Miozzo

SÃO PAULO – Dinheiro compra ou não felicidade? A resposta para essa pergunta é tanto positiva quanto negativa, segundo um estudo publicado pela revista Nature Human Behavior elaborado por psicólogos norte-americanos.

Por um lado, o estudo mostra, a partir de dados de 1,7 milhão de pessoas, que quanto maior a remuneração, maior o grau de satisfação com a vida que ela terá. Mas, ao mesmo tempo, essa regra vale até um salário específico – depois dele, quanto maior a remuneração, menor o grau de felicidade.

O salário ideal para ser o mais feliz possível é, em média, US$ 95 mil ao ano, o equivalente a R$ 300 mil ao ano e R$ 25 mil ao mês, segundo o estudo, mas varia de acordo com a região onde se vive.

Na América Latina, por exemplo, o profissional que ganha R$ 9,5 mil ao mês já tem um nível alto de felicidade. Em países mais desenvolvidos, como a Nova Zelândia, o salário ideal já sobe para mais de R$ 34 mil ao mês.

Segundo o especialista que liderou o estudo, Andre T. Jebb, essa variação acontece pois a auto percepção de felicidade do indivíduo é influenciada pela comparação com os demais. Ou seja: quanto mais rica for a sociedade no geral, mais expectativas o indivíduo terá em relação à sua remuneração e padrão de vida.

Quando esse limite de remuneração é ultrapassado, entretanto, os níveis de felicidade começam a diminuir. Isso porque o dinheiro é importante somente para arcar com necessidades básicas, compras convenientes e pagamento de contas, mas em determinado ponto não se torna mais necessário.

Depois que o ponto ideal de necessidades é atendido, as pessoas são levadas a se comparar ainda mais a seus colegas e outras pessoas, o que atrapalha o bem-estar e felicidade.

“Nesse ponto, as pessoas se perguntam: ‘no geral, como eu estou?’ e ‘como eu estou em relação às outras pessoas?’. Essa pequena queda [no bem-estar] coloca pessoas de maior felicidade no mesmo nível das que ganham salários mais baixos, talvez por conta dos custos que vêm com as remunerações mais altas”, explicou Jebb. “O dinheiro é só uma parte do que nos faz feliz, e estamos aprendendo mais sobre os limites dele”, disse.

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A seguir, confira qual é o salário ideal para a felicidade em cada região do mundo, segundo o estudo:

Região Salário ideal (em US$ e por ano)
Média global 95 mil
Europa Ocidental e Escandinávia 100 mil
Europa Oriental e Bálcãs 45 mil
Austrália e Nova Zelândia 125 mil
Sudeste Asiático 70 mil
Ásia Oriental 110 mil
América Latina e Caribe 35 mil
América do Norte 105 mil
Oriente Médio e norte da África 115 mil
África Subsariana 40 mil